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Halloween de horror: balas contaminadas causaram mortes e mudança de lei

Em 31 de outubro de 1858, cinco quilos de balas adulteradas desencadearam mortes, pânico e uma nova legislação no Reino Unido." "O erro fatal de um vendedor de doces levou à venda de arsênico em balas e mudou para sempre as regras sobre venenos."

Leonardo Sandre

22/10/2025 às 20:24

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O erro fatal de um vendedor de doces levou à venda de arsênico em balas e mudou para sempre as regras sobre venenos

O erro fatal de um vendedor de doces levou à venda de arsênico em balas e mudou para sempre as regras sobre venenos | Pexels

Presentear com um punhado de doces é uma tradição sinônima do Halloween, assim como uma abóbora macabra ou uma fantasia assustadora. Contudo, em 31 de outubro de 1858, essa prática inofensiva causou a morte de várias crianças, semeou o pânico em Bradford, na Inglaterra, e abalou o país inteiro.

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A tragédia ocorreu porque alguém quis economizar no uso de açúcar na produção de balas em uma farmácia. William Hardacre, um vendedor do mercado conhecido como Humbug Billy, havia vendido cinco quilos de pastilhas de hortelã, que ele comprou mais barato por estarem mais escuras que o normal.

O fracasso de Hardacre em questionar a qualidade do produto foi um grave erro, pois, no anoitecer do dia seguinte, vários de seus fregueses estavam mortos. Os médicos inicialmente pensaram em cólera, mas rapidamente se descobriu que a culpa estava nos doces.

O erro fatal na farmácia

Os investigadores logo descobriram como os doces foram adulterados. Eles seguiram a pista até o confeiteiro Joseph Neal, que pretendia substituir parte do caro açúcar por pó de gesso, uma prática comum no século XIX para baratear produtos.

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O problema aconteceu porque o farmacêutico Charles Hodgson estava doente e orientou um aprendiz não treinado, William Goddard, a buscar o gesso. Infelizmente, dois barris de pó branco sem identificação estavam no mesmo local: um com gesso inócuo e outro contendo arsênico venenoso.

Arsênico em quantidade letal

Goddard coletou 5,4 kg de arsênico, pensando ser gesso, e entregou ao funcionário da confeitaria, que começou a misturá-lo. Este funcionário ficou muito doente ao ser exposto, mas continuou a produzir as pastilhas, sem soar o alerta.

Quando o químico Felix Rimmington analisou os doces, declarou, na investigação, ter encontrado "arsênico em abundância — em quantidade suficiente para matar". Em apenas uma pastilha, ele detectou 16 grãos de arsênico, quatro vezes a dose considerada venenosa.

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Pânico e a mudança da lei

Quando a polícia foi alertada, descobriu que o vendedor Humbug Billy também estava doente e havia vendido cerca de 1.000 balas. Eles saíram para as ruas tocando sinos, gritando avisos: "Não comam os doces, são venenosos".

Oficialmente, 20 pessoas morreram e 200 ficaram gravemente doentes, um evento "muito angustiante para todos" em uma comunidade pequena, como disse a curadora Lauren Padgett. Contudo, a tragédia realçou a importância da segurança.

O caso impulsionou a criação da Lei das Farmácias de 1868, que limitou a venda de venenos a farmacêuticos qualificados e estabeleceu que substâncias perigosas deveriam ser rotuladas. Apesar das novas leis, ninguém foi condenado, pois o júri considerou que o arsênico foi vendido acidentalmente.

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