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Homem tem doença que faz a pele rasgar a cada movimento

Conheça a história de Danan, que superou um prognóstico de vida de 5 anos e se tornou um palestrante motivacional e levantador de peso recordista

Joseph Silva

30/10/2025 às 22:20  atualizado em 30/10/2025 às 22:55

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Como a Epidermólise Bolhosa (EB) transformou Danan, ensinando-o a controlar a dor e a quebrar recordes no powerlifting.

Como a Epidermólise Bolhosa (EB) transformou Danan, ensinando-o a controlar a dor e a quebrar recordes no powerlifting. | Reprodução/YT

Danan nasceu com Epidermólise Bolhosa (EB), uma condição genética rara que os médicos classificaram com uma expectativa de vida não superior a dois a cinco anos. Aos 43 anos, ele não apenas sobreviveu ao prognóstico sombrio, mas também se tornou um dos powerlifters mais fortes já vistos, levantando impressionantes 150 quilos, o que representa mais que o dobro do seu peso corporal.

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Comumente conhecida como "bebês algodão", a EB impede que a pele desenvolva as "âncoras de ligação" que mantêm as camadas unidas, resultando em feridas e dor excruciante, pois, segundo Danan, o movimento é como "lixa esfregando uma contra a outra". Apesar de ter sido cadeirante e necessitar de alimentação por sonda, ele afirma à ABC: "Eu quebro o molde e nunca haverá ninguém como eu".

A força física de Danan apenas reflete seu domínio mental, que ele utiliza para controlar a dor constante. Sua jornada de superação, revelada em um vídeo do canal ABC Science, serve hoje como inspiração, transformando a luta contra a condição mais grave da EB em uma poderosa mensagem de resiliência internacional.

A severidade da doença e o controle da dor

Danan vive com uma das versões mais severas da Epidermólise Bolhosa. Sua pele, embora seja a mesma de qualquer pessoa, não possui as âncoras necessárias. Qualquer movimento, ele explica, "criará uma queimadura por atrito". Ele reconhece que sua pele pode "sangrar muito ou ter uma aparência muito assustadora," mas para ele, isso é apenas o "normal".

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Os médicos indicaram, no início, que o melhor seria se ele "passasse mais cedo do que mais tarde". Eles temiam que, quanto mais ele sobrevivesse, mais dolorosa e debilitante sua vida se tornaria. Sua situação era tão séria que, em seus agendamentos anuais de 12 meses, havia sempre um asterisco para checar se ele ainda estava vivo.

O sofrimento era tão intenso que, nos anos de adolescência, após dar um passo errado, ele ficava "congelado em dor excruciante por um ou dois segundos". Felizmente, ele descobriu que consegue controlar mentalmente a dor. Hoje, ele aplica "bloqueadores mentais" para conseguir lidar com a condição de forma mais eficaz e continuar seu dia a dia.

O sonho olímpico de quem não podia andar

Embora Danan tenha passado a infância e adolescência dependente de cadeira de rodas, ele sempre amou esportes. Um momento decisivo ocorreu em 2000, quando ele foi selecionado para carregar a tocha olímpica. Ele imediatamente pensou: "seria muito legal" poder caminhar com a tocha.

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Ele tinha cerca de seis meses para se preparar, mas os fisioterapeutas afirmaram que caminhar seria impossível. Danan não se importou com a opinião e, com a ajuda de amigos próximos, conseguiu uma esteira. Ele tinha a convicção de que se quisesse algo de verdade, sempre encontraria um jeito de realizá-lo.

Lentamente, ele ganhou força suficiente para ficar em pé e caminhar na esteira. Faltando apenas quatro dias para o evento, Danan tomou sua decisão: "é isso, eu vou caminhar com a tocha olímpica". Ele esperava encontrar apenas a família na rua de trás de Kingaroy, mas a cidade inteira estava lá para torcer por ele.

Ele descreve aquele dia como um dos mais mágicos de sua vida. Mais importante ainda, foi a única vez que ele consegue se lembrar de ter caminhado completamente "painfree" (livre de dor). A experiência olímpica provou que a mente dele era muito mais forte do que a fragilidade de sua pele.

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O limbo da independência e a rejeição

Inspirado pela força que demonstrou em 2000, Danan sentiu-se "na melhor saúde de sua vida" em 2001 e decidiu buscar a independência. Ele se mudou para Brisbane para tentar morar sozinho e provar sua capacidade. Contudo, ele não esperava enfrentar "todos aqueles tipos de ideias negativas preconcebidas" que a sociedade tinha sobre ele.

Danan relatou que "ninguém lhe dava sequer a oportunidade de entregar um currículo" para demonstrar suas habilidades, pois as pessoas da comunidade estavam "muito assustadas" com sua deficiência. Este período de rejeição foi devastador, fazendo-o cogitar se isolar e desistir de todos os seus "grandes planos".

Ele se sentiu abandonado pelo sistema médico, pois havia se tornado "muito independente para ser classificado como deficiente". No entanto, ao mesmo tempo, era "muito deficiente para ser independente". Sentindo-se preso nesse limbo, ele se mudou de volta para casa, desanimado com o futuro.

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Powerlifting: o choque da força extrema

Alguns anos após a tocha olímpica, enquanto visitava a casa de um amigo, os dois começaram uma competição de força. Danan nunca havia praticado exercícios de academia antes. No entanto, naquele primeiro dia, ele conseguiu levantar seu próprio peso corporal no supino sem assistência, deixando a todos maravilhados.

Essa descoberta acidental levou Danan a se dedicar ao powerlifting. O esporte não apenas canalizou sua resiliência, como também lhe garantiu o status de ser classificado como "um dos levantadores de peso mais fortes" que as pessoas já viram, dada a sua condição.

Seu recorde atual é levantar 150 quilos, uma façanha "bem mais que o dobro do seu peso corporal". O choque é inevitável: "Você mostra o vídeo e os queixos deles caem e eles não conseguem acreditar", conta Danan. Seu sucesso comprova que a dor, quando controlada mentalmente, pode ser um motor.

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Como Danan usa a mente para vencer a dor:

  • Ele desenvolveu "bloqueadores mentais" para controlar o sofrimento físico intenso.
  • Ele rejeitou a previsão médica de que a vida seria mais dolorosa quanto mais ele vivesse.
  • Ele provou ser capaz de caminhar e correr, mesmo sendo cadeirante na juventude.
  • Ele usa sua experiência para inspirar outras pessoas, de crianças a grandes corporações.

Felizmente, dois anos após o período de devastação e isolamento, surgiram novas oportunidades de emprego em Brisbane. Danan se mudou novamente, recuperando sua independência, e afirma que tem "amado cada minuto desde então".

Inspirando da Austrália para o mundo

O trabalho de Danan hoje é ser palestrante motivacional. Ele conversa com públicos diversos, desde crianças do ensino fundamental que enfrentam problemas de bullying até algumas das maiores corporações na Austrália e internacionalmente. Ele demonstra grande paixão em aumentar a conscientização sobre a EB.

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Danan afirma que não se importa quando as pessoas "dão uma segunda olhada ou dizem algo em voz baixa" sobre sua condição, garantindo: "Eu não poderia me importar menos". Essa atitude de autoconfiança é central para sua mensagem.

Ele nunca teria imaginado, "nem em seus sonhos mais loucos", estar na posição inspiradora que ocupa hoje. A história de Danan, que constantemente "quebra as regras", prova que a força não está apenas na pele, mas na determinação inabalável de desafiar o impossível.

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