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Cientistas alertam que a orla de Niterói pode sumir do mapa até 2100 se o nível do mar continuar subindo. | Youtube
Uma das praias mais conhecidas do Rio de Janeiro pode simplesmente deixar de existir. Um estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que a orla de Niterói está entre as áreas mais vulneráveis do Brasil ao avanço do mar.
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Com base em projeções feitas por especialistas, o cenário é preocupante. Mesmo em uma estimativa otimista, o nível do oceano pode subir até 0,50 metro até o fim do século. Em casos mais extremos, esse número pode chegar a 1,80 metro.
Se isso se confirmar, cerca de nove mil moradores e mais de dois milhões de metros quadrados de vegetação podem desaparecer junto com a faixa de areia. A cidade tenta correr contra o tempo para evitar o pior.
Segundo o levantamento publicado na revista científica suíça Coasts, os pesquisadores utilizaram uma matriz de vulnerabilidade ambiental que analisou nove regiões diferentes de Niterói.
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O estudo considerou tanto os aspectos ambientais quanto os impactos econômicos. As regiões próximas à Baía de Guanabara enfrentam maior desigualdade social, enquanto o lado oceânico é mais frágil por causa dos ecossistemas sensíveis.
Além da elevação contínua do nível dos oceanos, os cientistas também chamam atenção para fenômenos naturais como as ressacas, que podem causar picos momentâneos e devastadores no volume da água.
De acordo com o estudo, até mesmo em um cenário de contenção, as ressacas podem impulsionar o nível do mar até 1,80 metro. Essa situação agravaria ainda mais os danos previstos para o litoral niteroiense.
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Os impactos da elevação do mar não se limitam à natureza. Segundo o estudo, cerca de nove mil pessoas vivem em áreas que podem ser engolidas pelas águas se nada for feito nos próximos anos.
Além das perdas humanas, estima-se que mais de dois milhões de metros quadrados de vegetação podem desaparecer. Isso inclui áreas verdes que ajudam a manter o equilíbrio ambiental da cidade.
Para tentar conter os danos, a Empresa de Infraestrutura e Obras de Niterói (Emusa) desenvolveu um projeto que prevê a criação de um reservatório subterrâneo no estádio Caio Martins, em Icaraí.
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A ideia é reduzir o impacto das chuvas e controlar os alagamentos que agravam o avanço do mar. A medida, porém, é apenas uma das ações necessárias para frear a erosão e salvar o litoral da cidade.
A preocupação não é exclusiva de Niterói. Um levantamento do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), feito em 2017, já havia mapeado trechos do litoral paulista sob risco de erosão costeira.
Além disso, segundo a Nasa, o aumento do nível do mar pode atingir também cidades como Porto Alegre e outras capitais da América do Sul até 2100. É um alerta global com reflexos diretos no Brasil.
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Mesmo com medidas emergenciais, o futuro do litoral de Niterói é incerto. A tendência é de que, sem ações estruturais maiores, as faixas de areia continuem diminuindo até desaparecerem.
“Já imaginou nunca mais ter a chance de visitar a sua praia do coração?”, diz trecho do relatório. Para os especialistas, é preciso agir agora para evitar que as previsões se tornem realidade.
Com base nos dados da UFF e nos demais estudos mencionados, o cenário deixa claro que políticas públicas, investimento em infraestrutura e conscientização da população serão fundamentais nos próximos anos.
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Enquanto isso, a população de Niterói acompanha com apreensão o desenrolar da situação. Afinal, a praia não é só um destino turístico — é parte da identidade e da história da cidade.
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