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Ilha espanhola tem mais gatos que moradores e guarda história da Europa

Com apenas 50 habitantes fixos e o dobro de felinos, Nueva Tabarca mistura tranquilidade mediterrânea, passado genovês e beleza natural preservada

José Adryan

04/11/2025 às 12:15

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Uma ilha espanhola onde os gatos são maioria e o tempo parece parar

Uma ilha espanhola onde os gatos são maioria e o tempo parece parar | Freepik

As ilhas mediterrâneas da Espanha são conhecidas pelo estilo de vida leve e pelo turismo intenso. Destinos como Maiorca, Menorca, Ibiza e Formentera recebem milhões de visitantes todos os anos em busca de praias, vilarejos brancos e noites agitadas.

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O charme mediterrâneo de Tabarca atrai visitantes em busca de sossego
O charme mediterrâneo de Tabarca atrai visitantes em busca de sossego
Entre o silêncio das ruas e o ronronar dos gatos, Tabarca mantém seu encanto (Fotos: Freepik)
Entre o silêncio das ruas e o ronronar dos gatos, Tabarca mantém seu encanto (Fotos: Freepik)

Mas, mais ao sul, existe uma pequena ilha quase secreta que conserva boa parte dessa magia, Nueva Tabarca, onde há mais gatos do que pessoas.

A menor ilha habitada da Espanha

No mapa, Nueva Tabarca aparece como um traço fino em frente à cidade de Alicante, no sudeste da Espanha.

Essa faixa de terra tem apenas 1.800 metros de comprimento e 400 metros de largura, e abriga cerca de 50 moradores permanentes, o que faz dela a menor ilha habitada do país.

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Apesar do tamanho modesto, o local guarda um valioso patrimônio natural e cultural. O isolamento ajudou a proteger sua paisagem da especulação imobiliária que transformou boa parte da Costa Blanca.

Ainda assim, Tabarca não é um destino remoto: barcos com fundo de vidro partem todos os dias do porto de Santa Pola, transportando visitantes para um passeio de apenas alguns quilômetros até a ilha.

Uma origem que atravessa o Mediterrâneo

O nome “Nueva Tabarca” revela sua história. Entre os séculos 16 e 18, existia uma ilha chamada Tabarka, situada na costa norte da Tunísia, famosa pela extração de coral vermelho, então um produto de luxo.

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A exploração era feita por uma comunidade genovesa, a família Lomellini, que prosperou até 1741, quando forças do Bei de Túnis invadiram a ilha, escravizando seus habitantes.

Alguns sobreviventes foram resgatados por ordens dos reis da Espanha e da Sardenha e reassentados em uma pequena ilha árida da costa espanhola chamada Illa Plana, que passou a ser rebatizada como Nueva Tabarca, em homenagem à antiga terra perdida.

O novo vilarejo foi cuidadosamente planejado: engenheiros militares traçaram ruas retas e largas, que se cruzam em ângulos perfeitos e levam até uma praça central. Uma muralha foi erguida para proteger os moradores dos frequentes ataques de piratas.

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Parte dos tabarquinos, no entanto, migrou para as ilhas de San Pietro e Sant’Antioco, na Sardenha, fundando as cidades de Carloforte e Calasetta, onde ainda hoje seus descendentes falam o dialeto “tabarquino” e mantêm tradições herdadas do século XVIII.

Em 2024, representantes das três comunidades tabarquinas: da Espanha, da Tunísia e da Itália  se reuniram em Pegli, perto de Gênova, para fortalecer os laços históricos.

Há até uma proposta para incluir a herança tabarquina na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco.

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Protegida e preservada

Desde 1986, Nueva Tabarca é a primeira reserva marinha da Espanha, e cerca de dois terços de seu território permanecem intocados. As águas cristalinas ao redor servem como refúgio para diversas espécies marinhas.

Na parte urbanizada, as casas antigas de pescadores foram transformadas em hospedagens e pequenos restaurantes. Apesar do turismo crescente, a ilha mantém o ritmo lento e o ar pacífico que atraem quem busca fugir da agitação da costa.

O refúgio dos gatos e dos visitantes de um dia

Hoje, a ilha é conhecida por outro detalhe curioso: há mais gatos que pessoas. Um levantamento de 2023 apontou que a população felina é quase o dobro da humana.

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Em um passeio pelas ruas largas e silenciosas, é comum ver os felinos tomando sol em muros e calçadas, uma cena que reforça a calma do lugar.

“No inverno, ninguém aparece”, contou à ABC News a empresária local María del Mar Valera, presidente da Associação de Empresários de Hospitalidade de Alicante.

Ela explica que, durante o verão, o cenário muda completamente. “No auge da temporada, recebemos seis ou sete mil visitantes por dia, já chegamos a 10 mil em dias de pico”, relatou Valera. 

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A maioria são estrangeiros que fazem passeios curtos, retornando à noite para o continente.

No entanto, fora da alta temporada, o ritmo desacelera drasticamente. A presidente da associação de moradores, Carmen Martí, afirma que a ilha sofre com a falta de serviços públicos e com o transporte escasso entre novembro e março, quando as balsas reduzem a frequência.

Um lugar parado no tempo

A combinação de tranquilidade, história e natureza faz de Nueva Tabarca um destino singular no Mediterrâneo.

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Com ruas desenhadas no século XVIII, muralhas antigas, o som das ondas e dezenas de gatos espalhados pelo vilarejo, a pequena ilha mantém um charme difícil de encontrar em outros lugares da Espanha.

Para os poucos moradores e para os felinos que dominam suas ruas, Tabarca continua sendo um refúgio onde o tempo parece correr mais devagar e onde cada pedra guarda ecos de uma história que atravessou mares e séculos.

Outra ilha exótica é a de madagascar. 90% da fauna de lá não existe em nenhum outro lugar do mundo

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