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Cidade turística mais remota do planeta só recebe 100 pessoas por ano; conheça

O dia a dia e os desafios de quem habita uma região isolada do mapa

Marcos Ferreira

04/08/2025 às 14:14

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Cerca de 250 pessoas vivem na ilha de Tristão da Cunha

Cerca de 250 pessoas vivem na ilha de Tristão da Cunha | Imagem gerada por IA

A Ilha Tristão da Cunha, localizada no Atlântico Sul, é reconhecida como o local habitado mais isolado do planeta.

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Edimburgo dos Sete Mares possui uma população de aproximadamente 250 pessoas
Edimburgo dos Sete Mares possui uma população de aproximadamente 250 pessoas
As principais atividades econômicas são A Pesca e o turismo - reprodução: YouTube
As principais atividades econômicas são A Pesca e o turismo - reprodução: YouTube
A ilha precisou ser completamente evacuada em 1961, devido a erupção do vulcão - reprodução: YouTube
A ilha precisou ser completamente evacuada em 1961, devido a erupção do vulcão - reprodução: YouTube
A ilha fica aproximadamente 1800 km de distância da cidade mais próxima que a cidade do cabo na África do Sul - reprodução: YouTube
A ilha fica aproximadamente 1800 km de distância da cidade mais próxima que a cidade do cabo na África do Sul - reprodução: YouTube

Situada a mais de 2.400 quilômetros da África do Sul e cerca de 3.800 quilômetros da América do Sul, não possui aeroporto, sendo acessível apenas por mar. A travessia mais comum parte da Cidade do Cabo e leva, em média, uma semana para chegar ao arquipélago.

Pertencente ao território ultramarino britânico de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, a ilha abriga cerca de 250 habitantes que vivem na vila de Edimburgo dos Sete Mares, considerada a comunidade mais remota do mundo.

A rotina local é marcada pelo isolamento e pela necessidade de autossuficiência, com uma economia baseada principalmente na pesca e na agricultura de subsistência.

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História marcada pela distância e por desafios naturais

A ilha foi descoberta em 1506 pelo navegador português Tristão da Cunha, que deu nome ao arquipélago, embora nunca tenha desembarcado ali devido às condições marítimas adversas.

A ocupação permanente só começou no século XIX, quando o Reino Unido anexou oficialmente a ilha em 1816, temendo que potências rivais pudessem usá-la como ponto estratégico no Atlântico Sul.

A formação da comunidade se deu com a chegada de colonos britânicos, marinheiros e trabalhadores de diversas origens.

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Com o tempo, o isolamento consolidou um modo de vida simples, com famílias vivendo em uma estreita relação de cooperação, característica necessária para enfrentar a distância dos grandes centros urbanos.

A erupção de 1961 e o êxodo inesperado

Em outubro de 1961, a rotina pacata de Tristão da Cunha foi abruptamente interrompida por uma erupção vulcânica. Uma fissura abriu-se próximo à vila de Edimburgo dos Sete Mares, expelindo lava e gases.

O vulcão, parte de um maciço que forma a ilha, demonstrava uma força rara de ser presenciada por uma comunidade tão pequena e isolada.

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Diante do risco iminente, as autoridades organizaram uma evacuação emergencial de todos os moradores. Em uma operação complexa, os habitantes foram transportados por navio até a Cidade do Cabo, na África do Sul, e, de lá, levados para o Reino Unido. O governo britânico forneceu abrigo temporário na cidade de Calshot, em Hampshire.

Apesar de estarem em segurança, muitos moradores sentiram dificuldade de se adaptar à vida urbana britânica.

Após um ano, avaliações científicas constataram que a área principal de habitação não havia sido permanentemente comprometida. Assim, a maioria da população decidiu retornar à ilha em 1962, reconstruindo suas casas e reafirmando seu vínculo com o local natal.

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Autossuficiência e economia baseada no mar

A economia da ilha tem como principal atividade a pesca da lagosta, altamente valorizada e exportada para outros países, principalmente os Estados Unidos e o Japão. Essa atividade garante divisas suficientes para importar produtos essenciais, já que a agricultura, embora importante, é voltada principalmente para o consumo local.

A vila de Edimburgo dos Sete Mares concentra todos os serviços essenciais, incluindo escola, posto de saúde, uma pequena igreja, sede administrativa e comércios básicos. A vida cotidiana depende de planejamento rigoroso, já que o transporte de mercadorias é limitado a alguns navios ao longo do ano.

Esse modelo econômico e social permite que a comunidade mantenha um nível básico de autossuficiência, minimizando os efeitos do isolamento extremo.

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Um ecossistema único e protegido

Tristão da Cunha tem origem vulcânica, com paisagens íngremes e áreas de vegetação intocada. O isolamento ajudou a preservar uma biodiversidade rara, incluindo espécies endêmicas como o albatroz de Tristão (Diomedea dabbenena), classificado como vulnerável, e aves marinhas que utilizam a região para nidificação.

A fauna marinha também é rica, favorecendo a pesca sustentável, regulada por normas rigorosas para evitar a exploração excessiva. Há ainda grande preocupação com a introdução de espécies invasoras, que podem ameaçar o equilíbrio ecológico do arquipélago.

A área atrai expedições científicas que estudam desde ecossistemas isolados até os efeitos das mudanças climáticas, já que a região funciona como um “laboratório natural” de grande valor ambiental.

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Desafios e limitações de acesso

A ausência de aeroporto e a dependência do transporte marítimo fazem com que a vida em Tristão da Cunha exija planejamento contínuo. O fornecimento de medicamentos, combustíveis e outros produtos depende de cronogramas logísticos precisos, e emergências podem exigir operações especiais.

O clima é outro desafio: ventos fortes, chuvas frequentes e variações bruscas de temperatura impactam diretamente a rotina da população e a infraestrutura local. Apesar disso, a ilha se mantém como uma das comunidades mais estáveis entre territórios isolados no mundo.

O turismo, embora possível, é restrito e controlado, limitado a pequenas excursões previamente autorizadas. Essa política preserva tanto o ambiente quanto a estrutura reduzida da ilha.

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