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Divisão dos andares evidencia desigualdades entre moradores | Reprodução/Youtube
A promessa de conforto absoluto pode se tornar uma armadilha. Por trás da fachada imponente, o maior edifício residencial do mundo combina uma infinidade de serviços com tensões constantes.
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O Regent Park International Center está situado em Hangzhou, na China, e abriga cerca de 30 mil pessoas. Os moradores têm acesso a tudo o que precisam, mas o ambiente segue frágil. Nesse extremo, os contrastes ficam ainda mais evidentes.
Nesse espaço, que funciona como uma cidade compacta, a autonomia é sedutora, mas regras e usos colidem.
Segundo o portal Mariefrance, tudo é pensado para que não haja necessidade de sair do prédio. Ali existem supermercados, escolas e clínicas médicas. Há parques, restaurantes, casas de chá e mais. Até as entregas ficam guardadas em armários próprios.
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Os blocos são interligados por corredores e passarelas que organizam a circulação. O acesso é controlado por biometria e a gestão da água é automatizada. Funciona como um ecossistema fechado.
O edifício tem formato de “S” e linhas simples. Foi inaugurado em 2013, com 39 andares e cerca de 5 mil apartamentos, totalizando 206 metros de altura.
Antes pensado como um hotel seis estrelas, acabou transformado em um complexo residencial, adaptado para suportar alta densidade de moradores.
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Nos andares superiores, apartamentos amplos oferecem vistas privilegiadas e conforto de alto padrão. Já nos níveis mais baixos, surgem divisões ilegais que transformam lofts em minúsculos estúdios sem janelas.
Um imóvel de 144 m² chegou a ser repartido em oito microunidades com cozinhas compactas. Essa sobreposição percorre todo o prédio, do saguão ao topo.
Chamado no passado de “prédio das celebridades” pela presença de influenciadores, o local já foi símbolo de status.
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“Durante seus anos de prosperidade, este lugar impressionava toda Hangzhou”, lembra um corretor de imóveis da região ao Mariefrance. Mas a mistura de residências e empresas, somada à superlotação, deteriorou os usos, prejudicando segurança, higiene e convivência.
No auge, o complexo chegou a abrigar 30 mil moradores. A densidade pressiona corredores, elevadores e áreas comuns. Hoje, o endereço atrai turistas curiosos pela intensidade de uma cidade inteira comprimida em um único edifício.
A construção segue um estilo funcionalista: linhas retas, formas geométricas, estrutura massiva e sem ornamentos. O projeto privilegia a eficiência. Porém, críticos apontam uma “arquitetura isolacionista”, que favorece vidas paralelas em vez de conexões reais.
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Em Hangzhou, dentro da Qianjiang Century City, o Regent International Center se organiza como uma cidade vertical. Corredores e passarelas canalizam fluxos intensos, enquanto os andares térreos concentram os serviços.
O controle de entrada é biométrico e a água é administrada por sistemas automáticos. Apesar da tecnologia oferecer segurança, o anonimato se amplia a cada andar.
Viver nesse modelo “tudo em um” parece prático, mas a oferta de comodidades não garante vínculos sociais. O isolamento e até a claustrofobia são comuns.
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Planejado como exemplo de densidade controlada, o prédio em formato de S expõe um paradoxo. Se, por um lado, os serviços facilitam, por outro, o excesso de funções prejudica os laços sociais.
A escala varia de acordo com o andar, reforçando desigualdades internas. Esse gigante inspira e inquieta ao mesmo tempo, lembrando que a essência de uma cidade de sucesso depende, acima de tudo, do bem comum.
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