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Você conhece a maior casa do mundo? Palácio é 19 vezes maior que o Maracanã

Construído por uma família real na Índia, o palácio Lakshmi Vilas tem campo de golfe, museu próprio e mais de 170 quartos espalhados por um terreno gigantesco

Raphael Miras

10/12/2025 às 13:30

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O estilo do Lakshmi Vilas é classificado como indo-sarraceno, uma corrente arquitetônica muito usada durante o domínio britânico na Índia.

O estilo do Lakshmi Vilas é classificado como indo-sarraceno, uma corrente arquitetônica muito usada durante o domínio britânico na Índia. | Wikimedia Commons

Imagine uma casa tão grande que caberiam apenas 19 Maracanãs dentro dela, com mais de 170 quartos, jardins intermináveis e um campo de golfe cercando a construção principal.

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Essa residência existe, continua habitada por uma família real e não fica em Londres nem em Dubai, mas na cidade de Vadodara, no estado de Gujarat, oeste da Índia.

A obra começou em 1878 e foi concluída em 1890, sob comando de arquitetos britânicos como Major Charles Mant e Robert Fellowes Chisholm.
A obra começou em 1878 e foi concluída em 1890, sob comando de arquitetos britânicos como Major Charles Mant e Robert Fellowes Chisholm.
O resultado foi um palácio de quatro andares, construído para ser, desde o início, residência particular da família e símbolo de poder.
O resultado foi um palácio de quatro andares, construído para ser, desde o início, residência particular da família e símbolo de poder.
Boa parte do palácio segue restrita aos moradores, mas áreas específicas estão abertas à visitação, sempre de forma organizada. Fotos: Wikimedia Commons
Boa parte do palácio segue restrita aos moradores, mas áreas específicas estão abertas à visitação, sempre de forma organizada. Fotos: Wikimedia Commons

É o Palácio Lakshmi Vilas, sede da dinastia Gaekwad e frequentemente apontado como a maior residência privada do mundo, um complexo que se espalha por cerca de 700 acres de terreno, com uma área construída que mais parece uma pequena cidade do que uma casa “comum”.

Um palácio quatro vezes maior que Buckingham

O Lakshmi Vilas foi encomendado por Maharaja Sayajirao Gaekwad III no fim do século 19, em uma época em que os principados indianos disputavam prestígio com monarquias europeias.

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A obra começou em 1878 e foi concluída em 1890, sob comando de arquitetos britânicos como Major Charles Mant e Robert Fellowes Chisholm.

O resultado foi um palácio de quatro andares, construído para ser, desde o início, residência particular da família e símbolo de poder.

Guias turísticos e reportagens internacionais repetem um dado que impressiona qualquer visitante: o Lakshmi Vilas teria sido erguido quatro vezes maior que o Palácio de Buckingham, em Londres, e hoje é tratado como a maior casa privada em uso contínuo por uma família.

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Na época de sua inauguração, o palácio já exibia tecnologias que eram raridades até mesmo na Europa. Elevadores funcionais, iluminação elétrica planejada e sistemas modernos para o período ajudavam a reforçar a imagem de uma corte que queria olhar para o futuro sem abdicar da tradição.

Arquitetura que mistura Índia e Europa

O estilo do Lakshmi Vilas é classificado como indo-sarraceno, uma corrente arquitetônica muito usada durante o domínio britânico na Índia. Esse estilo combina elementos de templos hindus, da tradição islâmica mogol e de influências góticas e renascentistas europeias.

Na prática, isso significa cúpulas que lembram mesquitas, minaretes esguios, arcos pontiagudos, varandas com rendados em pedra e uma fachada que poderia estar tanto em um conto oriental quanto em um cenário de romance vitoriano.

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Vista de longe, a silhueta do palácio se impõe na paisagem de Vadodara; de perto, o visitante percebe o cuidado nos detalhes: colunas trabalhadas, esculturas, brasões e relevos que contam a história da dinastia Gaekwad.

O Darbar Hall, coração da vida oficial

Se o exterior impressiona, o interior confirma a fama de “mansão-museu”. O ponto alto da visita é o Darbar Hall, o grande salão onde eram realizados encontros oficiais, recepções e apresentações para convidados da realeza.

O piso, em mosaico de inspiração veneziana, reflete a luz de enormes lustres de cristal pendurados no teto. Nas paredes, vitrais belgas filtram o sol indiano em tons coloridos e criam um clima quase teatral.

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O salão e outros ambientes da propriedade guardam pinturas de Raja Ravi Varma, um dos artistas indianos mais importantes do século 19, conhecido por retratar deuses hindus e cenas mitológicas com técnica influenciada pela pintura europeia.

Parte dessas obras, junto de esculturas em mármore e bronze e de peças encomendadas a artistas europeus, hoje está preservada no Museu Maharaja Fateh Singh, localizado dentro da mesma propriedade.

Museu, jardins e um campo de golfe dentro de casa

Chamar o Lakshmi Vilas de “casa” quase parece pouco. O complexo reúne, além do palácio principal, outras construções históricas, antigas áreas de zoológico, lagos, quadras esportivas, estábulos e um museu com acervo de arte indiana e europeia.

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No meio de tudo isso, um campo de golfe recorta o gramado e abraça a fachada monumental. A origem do campo remonta aos anos 1930, quando o então maharaja Pratapsinh criou um percurso para impressionar seus convidados europeus.

Décadas depois, o atual titular, Samarjitsinh Gaekwad, reformou o espaço e transformou o Gaekwad Baroda Golf Club em um clube aberto a sócios e visitantes, hoje considerado um dos campos mais cênicos de Gujarat, sempre com vista para o palácio ao fundo.

A presença de um campo de golfe, piscina, quadras e áreas de lazer reforça a sensação de que o Lakshmi Vilas é, ao mesmo tempo, residência, cartão-postal e clube social de outra era.

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Um palácio que ainda é casa de família

Ao contrário de muitos palácios indianos que foram totalmente convertidos em hotéis ou museus, o Lakshmi Vilas continua sendo, antes de tudo, um lar. A família Gaekwad ainda ocupa alas privadas do palácio, em andares não acessíveis ao público.

Samarjitsinh Gaekwad, ex-jogador de críquete e atual marajá titular de Baroda, assumiu o comando da propriedade após a morte do pai, em 2012.

Desde então, ele e a esposa, a maharani Radhikaraje, têm investido em formas de abrir o palácio sem perder o caráter de casa de família: promovem festivais de dança, eventos culturais, exposições de carros antigos e permitem que o Darbar Hall seja usado para concertos e apresentações especiais.

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Para quem chega de fora, essa convivência entre passado e presente é um dos pontos mais curiosos da visita. De um lado, turistas com áudio-guia seguindo por corredores marcados; de outro, uma família que circula entre jardins e salões que ainda fazem parte da rotina diária.

Como visitar o Palácio Lakshmi Vilas

Boa parte do palácio segue restrita aos moradores, mas áreas específicas estão abertas à visitação, sempre de forma organizada. O acesso costuma ser feito por um dos portões principais da propriedade, onde é vendido o ingresso que dá direito à entrada e ao uso de áudio-guia em diferentes idiomas.

Em geral, o palácio recebe visitantes em horário comercial, entre fim da manhã e fim da tarde, com fechamento em um dos dias da semana para manutenção.

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Como horários e políticas podem mudar, a recomendação é sempre conferir as informações atualizadas no site oficial do palácio ou nos canais de turismo do estado de Gujarat antes da viagem.

O ingresso é pago em rúpias e costuma ter opção de bilhete combinado que inclui o Museu Maharaja Fateh Singh. Dentro do prédio principal, fotografias em geral não são permitidas, o que reforça a sensação de estar entrando em uma casa ainda vivida, e não em um cenário criado apenas para turistas.

Do lado de fora, porém, é possível registrar o contraste entre a fachada imponente, o gramado impecável e o campo de golfe que se estende ao redor.

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Por que o Lakshmi Vilas continua fascinando

Para quem se interessa por arquitetura, história ou viagens diferentes, o Palácio Lakshmi Vilas é um daqueles lugares que ajudam a entender melhor a Índia além dos cartões-postais mais óbvios.

Ali, o visitante vê de perto como uma família real indiana tentou dialogar com o mundo europeu sem largar a suas próprias referências religiosas e culturais.

Mais do que um recorde de tamanho, o palácio de Vadodara funciona como um retrato vivo de um período em que o país era, ao mesmo tempo, colônia britânica e terreno fértil para experiências locais em arte, urbanismo e modernização.

Uma mansão real que segue habitada, aberta ao público e, principalmente, cheia de histórias escondidas atrás de cada vitral.

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