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Descobriu-se que o papiro tem 3 milênios de existência | Freepik
O papiro conhecido como Ipuwer, um dos mais enigmáticos da antiguidade, descreve um Egito devastado por crises profundas.
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Entre as imagens mais marcantes estão rios transformados em sangue, fome generalizada, pragas e a sensação de que o país inteiro estava mergulhado em caos. Essas descrições apresentam semelhanças notáveis com o relato bíblico das dez pragas do Êxodo.
Embora não haja qualquer menção direta a Moisés ou ao povo hebreu, a proximidade entre as passagens tem chamado a atenção de historiadores, teólogos e arqueólogos.
Preservado hoje na Holanda, o papiro é considerado uma cópia de um texto mais antigo, possivelmente escrito séculos antes, o que aumenta ainda mais o interesse por suas conexões.
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O manuscrito apresenta uma sequência de calamidades que impressiona: gritos ecoando pela terra, sangue no rio, fome, invasões e colapso social. Para muitos estudiosos, a correspondência com os episódios do Êxodo é evidente.
No entanto, o texto tem um caráter poético e simbólico, e por isso pode não estar descrevendo fatos concretos, mas sim a dramatização literária de períodos de crise. Isso faz com que qualquer relação direta com a Bíblia seja vista como possibilidade, e não como certeza.
A cópia do papiro data da XIX Dinastia, mas acredita-se que a versão original seja bem mais antiga. Se realmente tiver sido escrita próxima aos tempos narrados no Êxodo, ela poderia representar um testemunho externo a respeito de acontecimentos que marcaram o Egito.
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Contudo, essa suposição esbarra nas dificuldades de comprovar a autenticidade da versão mais antiga. Como o texto foi transmitido por meio de cópias, é provável que tenha sofrido modificações e adaptações literárias.
O paralelo mais citado é o da água transformada em sangue, elemento presente tanto na Bíblia quanto no papiro. A fome, a morte e o colapso social também aparecem como pontos em comum entre os dois relatos.
Essas semelhanças despertam a curiosidade de pesquisadores e também alimentam discussões religiosas. Para muitos fiéis, o documento seria uma pista de que os episódios narrados no texto sagrado têm correspondência em fontes externas.
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Apesar da proximidade de alguns trechos, não se pode afirmar que o papiro seja uma prova direta do Êxodo. Sua linguagem é carregada de metáforas e expressões poéticas, o que compromete a leitura como relato histórico.
Além disso, há diferenças marcantes, como a referência a invasores estrangeiros, algo ausente na Bíblia. Por isso, os especialistas insistem que a obra deve ser vista como um registro literário de tempos de crise, e não como evidência irrefutável dos milagres atribuídos a Moisés.
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