Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Especialistas do Musée du quai Branly afirmam que máscaras Ngil praticamente desapareceram após 1910 | Divulgação
Um casal de idosos de uma vila no sul da França vendeu por 150 euros (R$ 930) uma máscara africana encontrada por acaso no sótão durante uma limpeza de Páscoa em 2023.
Continua depois da publicidade
Meses depois, souberam que o comprador havia levado a peça a leilão em Montpellier, onde alcançou 4 milhões de euros (R$ 26 milhões). Convencidos de que foram enganados, processaram o comerciante para reaver parte do valor, mas perderam.
A Justiça concluiu que eles foram negligentes ao não buscar uma avaliação especializada antes da venda.
A peça é uma máscara Ngil, do povo Fang, do Gabão, produzida no século XIX e considerada extremamente rara. Há cerca de dez exemplares conhecidos no mundo.
Continua depois da publicidade
O objeto teria sido adquirido na década de 1910 por René-Victor Edward Maurice Fournier, administrador colonial francês e avô de um dos autores da ação.
Esse caso ganhou dimensão diplomática quando o governo de transição do Gabão reivindicou a propriedade da máscara, classificando-a como um bem obtido em contexto colonial.
A Justiça francesa rejeitou o pedido, afirmando que, à época da aquisição, o território era uma colônia oficial da França, o que, segundo os magistrados, descaracteriza a alegação de apropriação ilegal.
Continua depois da publicidade
Essa disputa chegou ao presidente Emmanuel Macron, que voltou a defender a restituição de parte do patrimônio africano preservado em coleções francesas.
Para o casal, porém, a decisão encerra qualquer chance de recuperar o valor milionário da peça que mantiveram por décadas sem saber o que tinham em mãos.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade