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Tratamento para câncer no cérebro pode agora incluir o medicamento em via intravenosa | Imagem: Domínio público
No Brasil, cerca de nove mil pessoas morrem por tumores agressivos no sistema nervoso central, incluindo no próprio cérebro, todos os anos. Mas um remédio já bem conhecido pode ajudar a frear a progressão desse mal.
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Trata-se da hidralazina, que já é usada para o tratamento de hipertensão arterial desde a década de 1950. A descoberta veio de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia.
Conforme explica Kyosuke Shishikura, médico e cientista da Universidade da Pensilvânia, “é um dos vasodilatadores mais antigos já desenvolvidos e continua sendo um tratamento de primeira linha para a pré-eclâmpsia”.
Embora já esteja no mercado há mais de 50 anos, o efeito da molécula de hidralazina não era totalmente compreendido pela ciência. Shishikura, e sua orientadora de pós-doutorado Megan Megan Matthews, descobriram uma função da molécula junto com pesquisadores do Texas e da Flórida.
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O remédio bloqueia a 2-aminoetanotiol dioxigenase (ADO), que funciona como um sensor de oxigênio no corpo. Os especialistas comparam a enzima ADO com um alarme, que ressoa quando percebe que o oxigênio caiu. A reação é imediata.
O que os pesquisadores perceberam é que a hidralazina se liga à adenosina ADO e a inibe, silenciando esse sinal de alarme. A relação que se segue é complexa, mas o resultado é a diminuição nos níveis de cálcio intracelular, e isso faz a musculatura das veias e artérias relaxar.
A ADO também favorece a progressão celular de glioblastoma, um tumor particularmente agressivo que aparece no cérebro. A enzima faz as células do tumor cerebral sobreviver por mais tempo sem oxigênio.
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Então, combinando resultados de pesquisas da Universidade do Texas e da Flórida, os cientistas conseguiram chegar a uma conclusão animadora: o medicamento hidralazina é eficaz contra a progressão do tumor glioblastoma, e não gera resistência ao remédio.
Segundo Matthews, a descoberta não é inovadora apenas no campo da oncologia, que trata tumores cancerígenos, mas também para a medicina cardiovascular:
“Compreender como a hidralazina age em nível molecular abre caminho para tratamentos mais seguros e direcionados para a hipertensão relacionada à gravidez , com potencial para melhorar os resultados para as pacientes de maior risco”.
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Para o tratamento de tumores agressivos no cérebro, o próximo passo é desenvolver um inibidor da enzima ADO que seja específico para a cabeça, capaz de ultrapassar mais facilmente a barreira hematoencefálica, que protege o sistema nervosos central.
Megan Matthews confirmou que a pesquisa está em andamento para compreender os mecanismos de ação dos tratamentos já estabelecidos e explorar novas aplicações terapêuticas para eles.
Cientistas estão sempre investigando os remédios antigos para achar novas funções ou contraindicações. Pesquisadores da Univesidade de Minessota, Estados Unidos, descobriram nova, e preocupante, relação entre demência e o uso de omeprazol.
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