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Com altos níveis de produtividade, o país europeu prova que jornadas mais curtas podem ser compatíveis com inovação e competitividade. | Freepik
A redução da jornada de trabalho voltou a ganhar espaço no debate público em vários países. No Brasil, discute-se a possibilidade de diminuir o limite legal de 44 para 40 horas semanais, medida que busca equilibrar a vida profissional e pessoal dos trabalhadores, além de modernizar a legislação trabalhista.
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Enquanto essa mudança ainda é avaliada no país, outras nações já adotaram modelos diferentes de organização do tempo de trabalho. A Alemanha, por exemplo, uma das principais economias globais, reduziu a carga horária há décadas e se tornou referência no assunto.
Com altos níveis de produtividade, o país europeu prova que jornadas mais curtas podem ser compatíveis com inovação e competitividade.
O modelo também reforça a importância de repensar o equilíbrio entre produção e bem-estar, servindo de exemplo para países como o Brasil, que ainda enfrentam resistências internas sobre o tema.
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Na Alemanha, a legislação permite jornadas diárias de até 8 horas e um teto de 48 horas semanais. Na prática, acordos coletivos firmados entre empresas e sindicatos estabelecem limites menores, geralmente entre 35 e 40 horas por semana.
O resultado é uma média real de 29,6 horas trabalhadas semanalmente — uma das mais baixas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Ainda assim, o país se destaca por sua alta produtividade por hora, impulsionada por profissionais qualificados, descansados e com acesso contínuo à capacitação.
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Além disso, trabalhadores alemães têm direito a intervalos obrigatórios, 11 horas ininterruptas de descanso entre jornadas e um mínimo de 20 dias de férias por ano, podendo chegar a 30.
Testes recentes da semana de quatro dias mostraram bons resultados, com empresas relatando ganhos de produtividade e redução do estresse.
No México, a realidade é diferente. O país tem uma das jornadas mais longas da OCDE, variando entre 45 e 50 horas semanais, com limite legal de 48 horas. Cerca de 55% da população ativa está na informalidade, o que reduz a eficácia da legislação.
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A cultura do “presentismo” — que valoriza mais a quantidade de horas no escritório do que os resultados — contribui para baixos índices de produtividade por hora trabalhada. Isso gera desgaste físico e mental, além de pouco espaço para qualificação profissional.
Diante desse cenário, o governo mexicano colocou em debate a redução da jornada para 40 horas semanais. A proposta, defendida pelo Secretário do Trabalho, Marath Bolaños López, busca alinhar o país aos padrões internacionais e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. O plano prevê uma implementação gradual, com fóruns de diálogo e apoio às pequenas e médias empresas.
No Brasil, a proposta de redução da jornada para 40 horas também está em discussão. Hoje, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece o limite em 44 horas semanais, mas há pressão de sindicatos e setores da sociedade por mudanças.
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Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que jornadas mais curtas podem aumentar a produtividade, reduzir erros e acidentes, além de melhorar a saúde dos trabalhadores.
No entanto, assim como no México, o desafio brasileiro envolve o custo para as empresas, a informalidade e a necessidade de adaptação gradual.
O caso alemão mostra que jornadas menores não significam menor produção. Pelo contrário: a produtividade depende mais de eficiência, inovação e capacitação do que da permanência no escritório.
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Enquanto países como México e Brasil ainda discutem mudanças, a experiência europeia aponta para um caminho possível: valorizar resultados, garantir bem-estar e investir em modelos flexíveis que possam equilibrar vida pessoal e profissional.
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