A+

A-

Alternar Contraste

Quinta, 23 Outubro 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

Elefantes estão morrendo em massa e ciência descobre que os culpados somos nós

O aquecimento global e a perda de habitat podem aumentar a probabilidade de futuras mortes da espécie, segundo os cientistas

Leonardo Sandre

23/10/2025 às 10:52  atualizado em 23/10/2025 às 11:00

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
A descoberta levanta o alerta de que a seca e as condições extremas causadas pela crise climática podem aumentar futuras mortes da espécie.

A descoberta levanta o alerta de que a seca e as condições extremas causadas pela crise climática podem aumentar futuras mortes da espécie. | Pexels

A causa da misteriosa e súbita morte em massa de elefantes africanos foi finalmente desvendada pela ciência. Entre o final de agosto e novembro de 2020, 35 elefantes no noroeste do Zimbábue morreram em circunstâncias intrigantes, sendo que 11 desses enormes animais faleceram em um período de apenas 24 horas.

Continua depois da publicidade

A pesquisa baseada em amostras de 15 animais falecidos no Zimbábue revelou que a causa foi uma infecção bacteriana. A análise, publicada em outubro no jornal Nature Communications, mostrou evidências de infecção por uma bactéria pouco conhecida, a Bisgaard taxon 45, que causou septicemia, ou seja, envenenamento do sangue.

Chris Foggin, veterinário e coautor do estudo, descreveu o evento como único, visto que tantos animais morreram muito próximos, mas não exatamente juntos, em um período de tempo tão restrito. Os autores sugerem que o calor, a seca e a alta densidade populacional foram fatores contribuintes para a propagação.

A ameaça da crise climática

As mortes coincidiram com a estação seca, quando os recursos de alimento e água estavam escassos, forçando os elefantes a percorrerem longas distâncias para se alimentar e beber. A população de elefantes já enfrenta pressão significativa devido à perda de habitat e à caça furtiva.

Continua depois da publicidade

Os cientistas alertam que as condições extremas que devem ocorrer com mais frequência devido ao aquecimento global podem aumentar a probabilidade de futuras mortes de elefantes. Foggin afirma: "É prematuro dizer que a mudança climática influenciou [isso], mas pode fazê-lo no futuro se tivermos mais secas prolongadas".

A bactéria e seus parentes

A Bisgaard taxon 45 é um microrganismo que ainda não tem um nome oficial reconhecido. Antes disso, ela havia sido associada a feridas causadas por mordidas de tigres e leões em seres humanos, além de ser encontrada em papagaios saudáveis.

A bactéria tem uma relação próxima com a *Pasteurella multocida*, que causa septicemia hemorrágica em outros animais, incluindo elefantes asiáticos. Essa bactéria também foi ligada à morte em massa de 200.000 antílopes saiga no Cazaquistão em 2015.

Continua depois da publicidade

Desafios na coleta das provas

Os pesquisadores encontraram Bisgaard taxon 45 em seis das 15 amostras analisadas, mas a degradação das carcaças prejudicou a detecção em outros animais. Não houve evidência de caça furtiva, veneno ou antraz nas mortes dos elefantes.

Além da má qualidade inicial das amostras, conseguir as licenças necessárias para exportar o material e realizar a análise levou meses. Este atraso impactou o trabalho laboratorial, dificultando a confirmação da bactéria em todos os casos.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados