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'Essa é para você que não virou comida de tubarão': entenda contexto de frase de Mano Brown

Frase é dita em diversos shows do grupo Racionais MC's, um dos símbolos do rap nacional

Leonardo Sandre

29/05/2025 às 18:30  atualizado em 29/05/2025 às 20:37

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Nos shows do grupo, Mano Brown cita uma frase antes do início do hit: 'Essa é para você que não virou comida de tubarão'

Nos shows do grupo, Mano Brown cita uma frase antes do início do hit: 'Essa é para você que não virou comida de tubarão' | Van Campos/AgNews

Um dos grupos mais influentes da história do rap nacional, os Racionais MC's, revolucionaram o gênero com letras impactantes sobre a sociedade. Nos shows do grupo, Mano Brown cita uma frase antes do início do hit: "Essa é para você que não virou comida de tubarão".

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Essa frase carrega um peso histórico de uma luta de vital importância, contada por Laurentino Gomes no livro "Escravidão", de 2019.

Abaixo, entenda a história por trás da frase tão forte citada por Mano Brown.

'Essa é pra você que não virou comida de tubarão': origem da frase

O jornalista e escritor Laurentino Gomes é o autor do livro "Escravidão". Em um dos trechos da obra, é citado a história que culminou na morte de cerca de 1 milhão e 800 mil pessoas.

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Segundo consta no livro, cerca de 12 milhões de africanos foram arrancados de seus lares para serem trazidos, por meio de embarcações, para as Américas para como escravos. Contudo, apenas 10 milhões e 700 mil sobreviveram na travessia da África para América, o que simbolizou a morte de 1.800.000 de pessoas.

Para efeito de comparação, isso simboliza, em média, 14 cadáveres sendo jogados ao mar durante 350 anos. O impacto foi tão grande que, segundo depoimentos da época, os tubarões passaram a mudar o seu comportamento, começando a seguir os navios negreiros devido aos rastros de sangue.

Último país a acabar com a escravidão, o Brasil recebeu durante todo esse período cerca de cinco milhões de escravos. O tráfico negreiro só foi encerrado oficialmente após muita pressão da Inglaterra, com movimentos abolicionistas dentro do país.

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O autor da obra contou que o livro é fruto de um mergulho mais profundo após a sua trilogia “1808”, “1822” e “1889”.

“O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental. Recebeu quase cinco milhões de escravizados africanos. Foi o que mais demorou a acabar com o tráfico negreiro, com a Lei Eusébio de Queirós em 1850. Último a acabar com a escravidão, com a Lei Áurea de 1888, e eu diria que a escravidão não é um assunto só de museu, de livro de história. Ela está presente na nossa realidade de hoje. Existe um legado da escravidão que nunca foi enfrentado de forma adequada. Então, não só para entender o Brasil do passado e do presente, mas para entender o Brasil do futuro, você precisa estudar escravidão”, relatou Laurentino Gomes, durante entrevista ao Conversa com Bial.

Eternizada por Mano Brown

Desta forma, ao falar da tragédia que tirou tantas vidas de pessoas pretas que eram cruelmente escravizadas, Mano Brown ressalta com a frase "essa é pra você que não virou comida de tubarão", que se você é uma pessoa preta que está viva, é descendente dos que sobreviveram durante o trajeto.

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