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Uma molécula (diterpeno) encontrada no própolis produzido pela abelha chamada popularmente de mandaçaia e que não possui ferrão, mata larvas do Aedes aegypti | Reprodução/Instagram @mbeemel
Uma das doenças que mais preocupam os brasileiros, a dengue matou mais de seis mil pessoas no Brasil em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde. Contudo, a missão de combater a doença pode ter ganho uma nova grande aliada.
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Segundo uma pesquisa conduzida por membros da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e de duas startups de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, uma abelha brasileira pode ajudar no combate.
Uma molécula (diterpeno) encontrada no própolis produzido pela abelha Melipona quadrifasciata, chamada popularmente de mandaçaia e que não possui ferrão, mata larvas do Aedes aegypti, segundo o estudo.
Combater a dengue é importante em todos os momentos, seguindo medidas preventivas, como evitar água parada ou manter caixas d’água bem fechadas. Com a descoberta, este outro tópico também se mostrou promissor.
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O estudo publicado pelo grupo na revista científica Rapid Communications in Mass Spectrometry mostra que a substância encontrada na abelha é capaz de eliminar de 90% a 100% o mosquito transmissor da dengue, febre amarela urbana, chikungunya e zika em 48 horas.
Um dos envolvidos na pesquisa, Norberto Peporine Lopes, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), destacou que as abelhas, na missão de contribuir para a manutenção da biodiversidade, também podem atuar como protetoras contra diversas doenças durante o trabalho de coleta de materiais na natureza para formar colmeias.
“Fizemos uma série de análises na geoprópolis, que mistura resinas vegetais com partículas de terra ou argila em sua composição e observamos que o diterpeno presente nela era responsável pela atividade larvicida”, disse.
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A pesquisa se mostrou promissora, surgindo como uma alternativa muito importante no combate à dengue, sendo uma saída natural diante dos inseticidas tóxicos. O estudo foi feito por Camila Capel Godinho, Juliana Massimino Feres, Laila Salmen Espindola, Lorena Carneiro Albernaz, Luís Guilherme Pereira Feitosa, Norberto Peporine Lopes, Ricardo Vessecchi e Thais Guaratini.
Os pesquisadores coletaram geoprópolis da mandaçaia na seiva do pinus em Bandeirantes (Paraná) ao notarem que a abelha sem ferrão fazia visitas frequentes à árvore. O grupo apontou o diterpeno como o mais provável agente larvicida após comparação com o própolis tradicional produzido pela abelha Apis mellifera, que possui ferrão.
“Era sabido que a composição química é influenciada pelas resinas coletadas para a construção e proteção dos ninhos, assim como pela composição florística do ambiente, do bioma e de fatores sazonais. Nesse caso, ficou claro que a resina do pinus, processada pela saliva das mandaçaias, é que proporciona a ação”, afirmou Luís Guilherme Pereira Feitosa.
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Nativa do Brasil, a abelha está distribuída geograficamente pelo Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, chegando até a algumas áreas da Argentina e do Paraguai.
A espécie é uma das preferidas entre os meliponicultores pelo comportamento calmo, boa produção de mel e capacidade de adaptação a diferentes ambientes.
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