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Segundo a Bíblia, o anticristo aparece em detalhes no Novo Testamento, especificamente em passagens apocalípticas que precedem a Segunda Vinda de Cristo. | Wikimedia Commons
Uma das figuras mais misteriosas apresentadas na crença cristã é o anticristo. Muitos não o conhecem ainda, mas ele é representado por ser um grande adversário do Messias e um sinal grandioso do fim dos tempos.
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Ao longo da história e da cultura popular, esta figura tem sido envolta em névoa, levantando questões sobre sua verdadeira natureza e manifestação.
Para compreender melhor essa presença enigmática, a Gazeta te mostra as descrições e interpretações dessa figura bíblica a seguir.
A palavra "anticristo" é traduzida de uma combinação de duas palavras do grego antigo: ἀντί (anti) e Χριστός (Christos). A palavra Christos significa "o ungido".
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Já o termo ἀντί (anti) não se refere apenas a "contra" ou "oposto de", mas também pode significar "no lugar de". Essa dualidade na etimologia reflete a complexidade da figura: tanto um inimigo quanto alguém que tenta usurpar o lugar de Cristo.
O termo "anticristo" aparece cinco vezes no Novo Testamento, exclusivamente nas primeiras e segundas epístolas joaninas. Embora "anticristo" se refira a um indivíduo nas epístolas, em 2 Tessalonicenses é utilizada a expressão "homem da iniquidade".
O anticristo aparece em detalhes no Novo Testamento, especificamente em passagens apocalípticas que precedem a Segunda Vinda de Cristo. Ele é descrito como alguém que busca enganar, usando um falso discurso profético.
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Esse personagem se orienta por interesses que se afastam dos valores cristãos, advogando para si a liderança da comunidade de fiéis. Ele é caracterizado como "o mentiroso" que "nega que Jesus é Cristo", e que "nega o Pai e o Filho", conforme I João.
Já em II Tessalonicenses, a figura é denominada "o homem da iniquidade" e "o filho da perdição", que "se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração". Ele chegaria a se sentar no "santuário de Deus, ostentando-se como Deus".
Durante seu governo, essa figura "operará com poder, prodígios mentirosos e injustiça", visando enganar o povo na terra. Além disso, os Evangelhos mencionam "falsos cristos e falsos profetas" que enganariam até aqueles que seguem o Cristo, se possível.
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Uma visão comum, mas não unânime, é que o anticristo pode se apresentar de forma plural, sendo mais de uma figura. As passagens bíblicas não apontam necessariamente para uma única manifestação, e o termo nas epístolas joaninas é frequentemente visto como uma categoria de pessoas, não um indivíduo isolado.
Historicamente, muitos estudiosos e padres da Igreja não identificaram um único anticristo, mas sim uma classe de pessoas ou um espírito oposto a Cristo. Policarpo, um dos primeiros padres apostólicos, alertava que qualquer um que pregasse uma doutrina falsa seria um anticristo.
Contudo, culturalmente, o anticristo tende a ser associado a uma figura específica, uma liderança ou um grupo determinado, especialmente por segmentos da oposição em discursos religiosos. Isso ocorre porque a própria noção de "Cristo" e seus "valores" são ressignificados ao longo do tempo.
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Assim, tudo o que se opõe aos objetivos defendidos por um grupo específico pode ser associado ao "espectro adverso dos idealizados preceitos", ou seja, como uma manifestação do "anticristo". Essa figura não representa apenas um marco na mitologia cristã, mas também a ideia de desaprovação ou rejeição.
Em certos contextos, o anticristo pode até ser associado à resistência ou antagonismo, dependendo do cenário e do grupo que o observa. Essa multiplicidade de interpretações demonstra a complexidade de sua conceituação e como ela se adapta a diferentes visões.
A atribuição de uma pessoa ou grupo ao anticristo é uma prática comum entre diversos cristãos, impulsionada por um "sucessivo cenário de disputas" e pela "intolerância que vemos circular, nos mais diversos aspectos, em meio à sociedade". Este é um ponto crucial para a compreensão.
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Aqueles que defendem um "discurso cristão" veem seus opositores como pessoas que devem ser combatidas e associadas ao anticristo. Nesse sentido, sentem-se na obrigação de combatê-los, reprová-los e deslegitimá-los, o que impacta o diálogo social.
Segundo estudiosos, esse panorama revela a "falência social do diálogo" e a "degradação do senso de coletividade". A falta de respeito à diferença e ao bom convívio social prevalece, contribuindo para a "fragmentação do corpo comunitário" e a essência do viver coletivamente.
No lugar onde deveriam predominar a "reserva, a solidariedade e a confraternização", imperam a "violência, a intolerância e a opressão". Essa dinâmica de atribuição reflete tensões sociais e religiosas, transformando a figura do anticristo em uma ferramenta de desaprovação.
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