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O constrangimento ocorre tanto frente a uma plateia quanto em momentos de autorreflexão, ambos impactam a autoestima | Freepik
Quando alguém revive mentalmente aquele momento embaraçoso do passado, o que está acontecendo no cérebro vai além de morrer de vergonha; é um mecanismo profundo de avaliação social e autoconfiança.
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O constrangimento (ou “cringe”, como ficou popular nas redes) é uma emoção consciente que surge quando percebemos que agimos de forma contrária ao que consideramos aceitável, ou quando imaginamos que outros vão nos julgar por isso.
Um estudo recente da revista Frontiers in Psychology mostra que o constrangimento pode ocorrer tanto em contextos públicos como privados, e está ligado a comportamentos de “esconder o rosto” ou de “corrigir a imagem” que temos de nós mesmos.
Enquanto muitos associam o embaraço apenas a situações diante de outras pessoas, a pesquisa encontra que ele pode surgir mesmo sem plateia, por exemplo, quando revemos algo que fizemos e que percebemos como fora das expectativas pessoais.
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Nesse caso, o constrangimento funciona como um tipo de “alarme interno” que nos alerta para falhas percebidas no nosso desempenho ou imagem social, até mesmo em pessoas que preferem ficar sozinhas.
Além disso, o grau de constrangimento que sentimos está ligado diretamente à nossa autoestima e ao medo de avaliação negativa.
Outro estudo, publicado na base Behavioural Sciences, apontou que, quanto maior o nível de embaraço em uma falha de serviço ou interação social, maior a probabilidade de a pessoa “culpar” externamente o outro e também de reagir com mais força emocional.
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Isso sugere que reviver momentos embaraçosos pode servir também como uma forma de processamento emocional: o cérebro revê o erro, avalia o dano à imagem social, percebe o impacto no grupo ou no outro e ajusta o comportamento para evitar repetição.
Esse mecanismo faz parte da vida social, afinal, seres humanos dependem de grupos, aceitação e reputação.
No entanto, quando o constrangimento vira ruminativo, ou seja, quando a pessoa fica repetindo mentalmente o momento por dias ou anos, ele pode minar a autoestima, gerar ansiedade e insegurança.
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Esse tipo de ciclo prolongado pode transformar uma emoção social adaptativa em fonte de sofrimento.
Sentimos vergonha ou embaraço não apenas por agir mal diante de outros, mas porque isso ativa parte da nossa “sensibilidade social”, o que revela muito sobre como nos vemos, como acreditamos que os outros nos veem e o quanto isso importa para nossa confiança.
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