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Médicos alertam para sangramentos, infecções e alterações eletrolíticas graves. | Pexels
Uma prática perigosa, o enema de café, vem ganhando popularidade nas redes sociais, onde se injeta a bebida pelo reto para "limpar" o intestino. A técnica, que possui mais de 44 mil publicações no Instagram marcadas com a hashtag #enema, promete emagrecimento, alívio da dor, melhora do humor e até cura do câncer.
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Contudo, a oncologista clínica Ana Paula Garcia Cardoso alerta: "Não há evidências científicas que sustentem essas alegações, e os riscos à saúde são reais". A prática faz parte da "Terapia de Gerson", uma teoria empírica de 1930 que associava dieta vegetariana, suplementação e enemas, incluindo o de café.
A especialista ressalta que essa é uma teoria "sem nenhuma comprovação científica, reprodutibilidade ou consistência". Entretanto, relatos pessoais e promessas simplificadas, que iludem as pessoas, costumam viralizar nas redes sociais, perpetuando a fantasia.
Não existem estudos que comprovem os benefícios do enema de café para desintoxicação ou limpeza intestinal. Por outro lado, os riscos podem ser graves e incluem: dor, cólica, sangramentos, diarreia, urgência para evacuar e queimaduras retais.
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O uso inadequado ou frequente também pode levar à desidratação, inflamação da mucosa intestinal, ansiedade, palpitações e alterações eletrolíticas devido à absorção de cafeína. Em situações mais graves, pode ocorrer infecção generalizada e perfuração intestinal.
Pessoas com doença inflamatória intestinal, fissuras, hemorroidas ou que passaram por cirurgias no reto ou cólon são ainda mais suscetíveis a esses riscos. O Cremesp publicou um alerta sobre os riscos, chamando a prática de "charlatanismo".
Para quem deseja melhorar a saúde intestinal e a digestão, o ideal é procurar um médico especialista. Além disso, adote hábitos saudáveis, como praticar atividade física, beber a quantidade ideal de água e ingerir mais alimentos fontes de fibras.
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Você também deve reduzir o consumo de gorduras de origem animal e carne vermelha. Mantenha-se alerta ao que se vê na internet e desconfie de promessas milagrosas e curas "naturais". A oncologista adverte: "Uma mentira repetida inúmeras vezes não vira verdade".
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