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O que a psicologia revela sobre quem não usa maquiagem

Escolha não usar maquiagem pode sinalizar autoestima mais estável, questionamento de padrões de beleza e busca por praticidade no dia a dia, segundo a psicologia

Raphael Miras

09/12/2025 às 17:20  atualizado em 09/12/2025 às 17:40

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No fim, quem não usa maquiagem costuma transmitir algumas mensagens: maior conforto com a própria imagem

No fim, quem não usa maquiagem costuma transmitir algumas mensagens: maior conforto com a própria imagem | Freepik

Durante muito tempo, sair de casa “de cara limpa” foi visto quase como descuido. Em muitos ambientes, principalmente para as mulheres, a maquiagem virou um tipo de uniforme silencioso.

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Agora, cresce o movimento de quem escolhe aparecer exatamente como é – olheiras, sardas, manchas e tudo o que vem com um rosto real.

Esse gesto, que parece simples, chamou a atenção de pesquisadores da psicologia e da imagem corporal. Para eles, não usar maquiagem não é só uma escolha estética: também comunica valores, crenças e como a pessoa se relaciona com o próprio corpo.

Maquiagem, pertencimento e expectativa social

Desde a Antiguidade, a maquiagem foi usada para sinalizar status, poder e adequação a um padrão de beleza. Ao longo do tempo, o rosto maquiado ficou associado à ideia de cuidado e até de competência em certos contextos profissionais.

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Não por acaso, muita gente ainda sente que precisa de base e corretivo para ser levada a sério ou parecer “mais arrumada”.

Nesse cenário, o rosto sem maquiagem quebra uma expectativa. Ele aponta para alguém que, em maior ou menor grau, está disposto a aparecer fora desse roteiro pronto.

O que a psicologia observa em quem prefere o rosto natural

Pesquisas citadas pela psicóloga Tara Well, da Universidade de Columbia, indicam que escolher não usar maquiagem com frequência costuma se relacionar a alguns traços de comportamento.

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Um deles é um maior conforto com a própria imagem, mesmo longe do ideal vendido pela mídia. Em vez de tentar corrigir cada marca ou imperfeição, a pessoa convive com elas sem as transformar em inimigos a serem escondidos.

Outro ponto é a menor necessidade de aprovação externa. Em ambientes em que a maquiagem ainda é quase obrigatória, recusar esse ritual diário pode ser um sinal de que a opinião própria pesa mais do que os comentários alheios.

Aceitação, autoestima e coerência

Não usar maquiagem não significa amar tudo o que vê no espelho, mas aceitar que olheiras, manchas e textura da pele fazem parte da própria história. Do ponto de vista emocional, isso pode aumentar a sensação de coerência: o que o mundo vê se aproxima mais daquilo que a pessoa reconhece como verdadeiro.

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Com o tempo, essa escolha tende a fortalecer a autoestima. Perceber que é possível ser respeitado, admirado ou amado sem depender de produção constante alivia a pressão sobre a aparência e abre espaço para outros aspectos da identidade.

Um jeito discreto de questionar padrões

Em sociedades que cobram mais de determinados grupos – como mulheres, pessoas gordas ou fora do padrão hegemônico –, não usar maquiagem também pode ser um gesto de resistência. É como dizer, ainda que sem palavras: “não vou gastar minha energia tentando caber em um molde que não foi feito para mim”.

Do ponto de vista psicológico, isso se relaciona à busca por autonomia. Em vez de seguir no automático o que é esperado, a pessoa escolhe quais práticas fazem sentido para a sua vida.

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Nem sempre isso vem acompanhado de um discurso militante. Em muitos casos, a resistência é silenciosa, mas ainda assim significativa.

Praticidade e estilo de vida

Há, porém, um motivo bem direto: praticidade. Maquiar-se todos os dias consome tempo, dinheiro e exige cuidados extras com a pele. Para quem tem rotina corrida, enfrenta trânsito, múltiplas jornadas ou simplesmente quer dormir alguns minutos a mais, abandonar esse passo pode ser uma decisão puramente funcional.

Nesses casos, o rosto natural sinaliza um estilo de vida em que conforto e economia de esforço contam mais do que seguir cada tendência de beleza. Há também quem reserve a maquiagem para ocasiões especiais, usando-a como recurso pontual, e não como obrigação diária.

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Escolha, não competição

Especialistas lembram que a discussão não deve virar disputa entre quem usa e quem não usa maquiagem. Muitas pessoas se sentem mais criativas e confiantes ao brincar com cores e texturas no rosto, e isso também é válido.

O ponto central é a liberdade de escolha. Do ponto de vista emocional, o que faz diferença é não se sentir forçado a se maquiar para ser aceito – nem pressionado a abandonar algo de que gosta em nome da “beleza natural”.

Quando a decisão é genuína, a maquiagem deixa de ser máscara e passa a ser ferramenta: usada ou não conforme o contexto, o humor e a vontade de quem olha para o espelho.

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O recado do rosto sem maquiagem

No fim, quem não usa maquiagem costuma transmitir algumas mensagens: maior conforto com a própria imagem, pouco interesse em seguir padrões rígidos, preferência por praticidade e desejo de alinhar aparência e identidade de forma mais honesta.

Não se trata de rótulos fixos, mas de tendências observadas em estudos e consultórios. Elas ajudam a entender por que um gesto aparentemente simples – sair “de cara limpa” – pode ter tanto peso em uma cultura acostumada a filtros e retoques.

Em uma época em que a pressão por perfeição é grande, o rosto natural funciona como lembrete discreto de que imperfeições também contam histórias. E que a relação com o espelho, com ou sem maquiagem, fala menos sobre atingir um ideal e mais sobre aprender, aos poucos, a habitar a própria pele.

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