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Moraes ordenou que a Rumble suspendesse em até 48 horas o perfil de um comentarista | Andre Borges/EFE/Folhapress
Fundada em 2013 pelo empresário canadense Chris Pavlovski, o Rumble começou como um espaço simples para vídeos virais, a maioria deles de gatinhos, segundo uma reportagem do New York Times.
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A rede social, muitas vezes chamada de "YouTube dos conservadores", entrou de vez no radar do público brasileiro após abrir um processo judicial contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos Estados Unidos.
O processo, apresentado em conjunto com a Trump Media & Technology Group, empresa do ex-presidente Donald Trump, acusa Moraes de censura e de violar a soberania americana ao ordenar o bloqueio de perfis de influenciadores brasileiros na plataforma.
A rede social ganhou força entre conservadores após a invasão do Capitólio e virou palco para influenciadores banidos de outras plataformas. Em 2025, entrou na Justiça americana contra o ministro do STF.
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A ação foi registrada na Flórida e alega que decisões do magistrado contrariam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de expressão.
Moraes havia determinado que o Rumble removesse canais como o de Allan dos Santos, investigado por disseminar desinformação e ataques às instituições democráticas no Brasil. A empresa sustenta que essa exigência é inválida nos Estados Unidos, onde o conteúdo é hospedado.
Essa disputa jurídica ganhou um novo capítulo em julho, quando Moraes exigiu que a Rumble indicasse representantes legais no Brasil e passasse a cumprir as ordens da Justiça nacional.
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O embate reacendeu as discussões sobre os limites entre jurisdições nacionais e a regulação das plataformas digitais.
Em 2021, sites como YouTube, Twitter e Facebook intensificaram o combate à desinformação sobre a pandemia e temas políticos, bloqueando conteúdos e perfis.
Influenciadores conservadores passaram a acusar essas empresas de censura, migrando para o Rumble em busca de “liberdade de expressão” diz uma reportagem do NY Times. Assim que Trump foi eleito para voltar à presidência em 2025, influencers lotaram a plataforma com a frase "Somos a mídia agora", mostra o texto.
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Em 2022, o Rumble tentou atrair o apresentador Joe Rogan, do Spotify, oferecendo US$ 100 milhões por quatro anos de contrato. Joe divulgava desinformação sobre a Covid e chegou a usar termos racistas em seu podcast. Sendo assim o Spotify foi pressionado a punir o apresentador.
"Caro Joe, nós estamos com você, seus convidados e sua legião de fãs que querem conversas reais", postou o criador da Rumble com deboche.
A relação da plataforma com o Brasil também tem sido marcada por tensões. Em 2023, após ordens judiciais brasileiras para bloquear contas ligadas a campanhas de desinformação e ataques às instituições, a empresa suspendeu o acesso de usuários no País.
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A justificativa foi o suposto desrespeito à liberdade de expressão. No entanto, o Rumble voltou a operar no território brasileiro no início de 2025, em meio a uma mudança no cenário político internacional.
Segundo o CEO da empresa, o retorno foi possível após o Brasil "rescindir sua ordem de censura", algo que ele associou diretamente à vitória de Donald Trump nas eleições americanas.
A reentrada da plataforma acontece em meio a uma nova ofensiva de Moraes contra perfis que, segundo o STF, continuam propagando discursos ilegais. Ainda em julho Moraes ordenou que a Rumble suspendesse em até 48 horas o perfil do comentarista Rodrigo Constantino.
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A plataforma de vídeos não cumpriu a decisão e oficiou a Justiça americana contra o ministro do STF
O Rumble fornece tecnologia de streaming e serviços de nuvem para a Truth Social, rede social criada por Trump após ser banida do Twitter (hoje, X). Essa parceria reforça o papel do Rumble como uma peça-chave na arquitetura digital da direita americana.
A ação judicial contra Alexandre de Moraes coloca o Rumble no centro de um debate global sobre os limites da liberdade de expressão, soberania digital e regulação de plataformas.
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