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O que faz os fogos de artifício terem cores diferentes? A ciência explica

Especialistas mostram como diferentes sais e elementos químicos transformam explosões em um show de luzes no céu

Raphael Miras

17/11/2025 às 17:15

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Entender a Química por trás dos fogos de artifício ajuda a olhar o céu iluminado com outros olhos.

Entender a Química por trás dos fogos de artifício ajuda a olhar o céu iluminado com outros olhos. | Freepik

O espetáculo da queima de fogos no Réveillon e em tantas outras comemorações, encanta pela explosão de cores e formas no céu. Mas, por trás de cada rastro luminoso, há um show à parte acontecendo em escala microscópica: é a Química que faz a festa ganhar cor e brilho.

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Quem explica é o presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), José de Ribamar Oliveira Filho. Segundo ele, a beleza dos fogos é resultado direto de um fenômeno chamado luminescência, que acontece quando alguns materiais emitem luz após serem excitados.

Como a ciência ascende o céu

A explicação, embora pareça complexa, é bastante objetiva. Em determinados materiais, os elétrons dos átomos conseguem absorver energia e “pular” para níveis mais externos, de maior energia.

Quando retornam ao nível original, liberam essa energia acumulada na forma de um fóton de luz. É essa emissão de luz que recebe o nome de luminescência.

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No caso dos fogos de artifício, esse processo é cuidadosamente planejado. Dentro dos foguetes, há um cartucho de papel em formato de cilindro, recheado com uma carga explosiva. Essa carga contém o propelente, substância responsável por impulsionar os fogos e dar início ao espetáculo.

“A pólvora é um dos propelentes mais utilizados. Possui, em sua composição, uma mistura de salitre (nitrato de potássio), enxofre e carvão. Perclorato de potássio (KCLO) também pode ser usado como propelente. Ele é extremamente sensível ao calor”, detalha o presidente do CFQ.

De onde vêm as cores dos fogos

Depois que o foguete é lançado e o propelente entra em ação, entra em cena outro ingrediente fundamental: os sais de diferentes elementos químicos. São eles que determinam a cor final que o público enxerga no céu.

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Segundo José de Ribamar, os fabricantes misturam esses sais à pólvora para obter combinações específicas. Quando o artefato é detonado, cada substância reage de uma forma e emite luz em determinada faixa de cor.

“Se colocar o cloreto de cálcio, teremos a cor laranja. O verde surge a partir do cloreto de bário. E, assim, se trabalha a composição das cores no artefato”, explica.

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O resultado é a chuva de tons que vai do vermelho intenso ao azul, passando por amarelos, verdes e combinações que formam desenhos cada vez mais elaborados no céu noturno.

O papel do químico na fabricação dos fogos

Se, para o público, fogos são sinônimo de festa, para quem está por trás da fabricação o assunto é tratado com máxima seriedade. Por razões de segurança, a produção de fogos de artifício precisa ter um profissional da área como responsável técnico.

Uma norma de segurança e saúde específica para a indústria e o comércio de fogos determina que o químico deve coordenar todas as operações de produção.

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Isso inclui o desenvolvimento de novos produtos, estocagem, embalagem, rotulagem e transporte, além de projetos de equipamentos, instalações e controle de qualidade.

O presidente do CFQ reforça que esse acompanhamento não é um detalhe burocrático, mas uma proteção para trabalhadores, comerciantes e consumidores.

“Quando se trata de substâncias explosivas, corrosivas, combustíveis e tóxicas, a gente tem que conhecer as propriedades para manipulá-las. Sem a devida segurança, pode até haver risco de morte”, alerta.

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Segurança começa na compra

Os cuidados, porém, não se encerram na fábrica. Para quem pretende soltar fogos em casa, a atenção precisa começar ainda no ato da compra. A recomendação é adquirir apenas produtos em comércios certificados pelo Corpo de Bombeiros, com rótulos legíveis e instruções claras de uso.

O usuário deve seguir rigorosamente as orientações da embalagem, respeitar distância, posicionamento e faixa etária indicada. Acender artefatos em locais fechados, próximos a fios elétricos, construções ou vegetação é sempre um risco desnecessário.

Outro ponto que vem ganhando força no mercado é a oferta de fogos com menor potencial de ruído.

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Esses artefatos produzem mais efeitos visuais do que sonoros e tendem a incomodar menos pessoas sensíveis ao barulho, como idosos, crianças, pessoas neurodivergentes, além dos animais domésticos, que sofrem com estampidos intensos.

Encanto com responsabilidade

Entender a Química por trás dos fogos de artifício ajuda a olhar o céu iluminado com outros olhos. Cada cor, cada explosão e cada desenho têm uma lógica científica por trás.

Ao mesmo tempo, lembrar da atuação do químico e da importância das normas de segurança reforça que esse encantamento precisa vir acompanhado de responsabilidade.

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Assim, o show de luzes do Réveillon e de outras datas festivas continua sendo um marco de celebração, sem deixar de lado o respeito à vida, ao meio ambiente e ao bem-estar de todos.

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