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Atividade intensa do cérebro durante o sono REM ajuda a explicar por que os sonhos parecem tão reais | Freepik
Por mais confusas que pareçam, as histórias que vivemos enquanto dormimos não são aleatórias.
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Pesquisas recentes em neurociência mostram que, durante o sono, o cérebro ativa mecanismos que ajudam a consolidar memórias, processar emoções e até simular cenários de perigo.
Essa combinação dá origem aos sonhos e explica por que eles têm lógica própria, personagens improváveis e cenas que desafiam as regras do mundo real.
Entre as hipóteses mais aceitas atualmente está a “Teoria da Simulação de Ameaças”, proposta pelo pesquisador Antti Revonsuo e amplamente discutida em Trends in Cognitive Sciences.
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Segundo ela, o cérebro usa os sonhos para ensaiar respostas a eventos perigosos, quase como um simulador biológico.
Durante a fase REM, período do sono em que sonhamos mais intensamente, áreas ligadas ao medo e à tomada de decisão ficam altamente ativas, enquanto regiões responsáveis pelo pensamento lógico reduzem a atividade.
É essa arquitetura cerebral que faz o sonho parecer intenso, mas pouco racional.
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A estranheza onírica tem uma explicação clara: durante o sonho, o cérebro tenta integrar memórias, emoções e experiências recentes ao mesmo tempo em que áreas de lógica e controle executivo, como o córtex pré-frontal, estão parcialmente “desligadas”.
Segundo pesquisadores da Harvard Medical School, esse funcionamento cria histórias fragmentadas e simbólicas. É como se o cérebro pegasse dados importantes como medos, lembranças, aprendizados e os reorganizasse em narrativas improvisadas.
Apesar de muitas pessoas acreditarem que sonhos carregam mensagens ocultas, evidências científicas indicam que eles funcionam muito mais como um sistema de organização interna do que como previsão.
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Estudos de Rosalind Cartwright, também publicados em revistas de psicologia cognitiva, mostram que pessoas que passam por estresse, perdas ou mudanças significativas tendem a sonhar mais e com enredos mais emocionais.
A função seria ajudar a processar sentimentos intensos enquanto o corpo descansa.
O conteúdo do sonho não deve ser interpretado como um sinal místico, e sim como um reflexo indireto das emoções e memórias que o cérebro está tentando reorganizar.
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Os cientistas apontam que o que realmente importa não é a “história” em si, mas as sensações dominantes: medo, insegurança, alegria, ansiedade. Elas indicam quais circuitos emocionais estavam em processamento durante a noite.
Estes sonhos são esquecidos posteriormente para que o cérebro não se sobrecarregue ou confunda a fantasia com a realidade.
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