A+

A-

Alternar Contraste

Terça, 08 Julho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

O retorno das máquinas de pelúcia: brincadeira que virou febre e até profissão

Atraindo crianças e adultos colecionadores, os equipamentos são importantes fontes de renda para comerciantes

Lohe Duarte

08/07/2025 às 16:00

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Máquinas de pegar pelúcia voltam com tudo

Máquinas de pegar pelúcia voltam com tudo | Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo

Queridinhas da década de 90, as máquinas de pegar pelúcias voltaram com tudo nos últimos anos. Além de diversão para as crianças, elas hoje atraem colecionadores e são fonte de renda tanto para os comerciantes que as abrigam quanto para quem comercializa os itens. 

Continua depois da publicidade

A garotinha de apenas 5 anos que aprendeu diversas técnicas pelo Youtube
A garotinha de apenas 5 anos que aprendeu diversas técnicas pelo Youtube
Colecionadores chegam a ficar mais de 12h em loja no shopping Aricanduva (Fotos: Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo)
Colecionadores chegam a ficar mais de 12h em loja no shopping Aricanduva (Fotos: Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo)

Podemos encontrar essas máquinas em estações de metrô, supermercados, lojas de rua, conveniências e shopping centers que mantêm espaços exclusivos para esses equipamentos

No Shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, são encontrados mais de 5 lugares nesse formato, onde as máquinas são a principal atração.

Eles abrigam desde as tradicionais garras, até as de cronômetro com pelúcias gigantes e as que ofertam prêmios mais atraentes, como Iphone ou caixa de som JBL.

Continua depois da publicidade

O hobby que virou renda

Entre os espaços localizados neste shopping, a equipe da Gazeta testou as máquinas da loja Happy Machine, que possui mais de 10 gruas de pelúcia e uma variedade de opções de garras e prêmios. 

Loja localizada no Shopping Aricanduva atrai colecionadores e quem quer se divertirLoja localizada no Shopping Aricanduva atrai colecionadores e quem quer se divertir - Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo

Carolina Silva, 39, enfermeira, e seu marido, Danilo Silva (43),programador de robô, estavam no local e explicaram que frequentam esse tipo de espaço há 6 meses. A mulher afirma que eles sempre pegam pelúcias nas máquinas, seja na mega garra, na de tesoura ou nas tradicionais. 

Nesse tempo, conseguiram 65 pelúcias, tanto para coleção quanto para venda. “As de coleção direcionamos para venda, porque compensa”, comenta Carolina. Por outro lado, Danilo afirma que prefere guardar as especiais.

Continua depois da publicidade

 Cliente tem preferência

A equipe da Gazeta também esteve na BR Machine do shopping Aricanduva. Segundo os especialistas entrevistados, as pelúcias da marca são as mais cobiçadas entre compradores e colecionadores. 

A empresa tem bonecos eletrônicos e o famoso Feisty, uma pelúcia que muda sua expressão de fofinha para “feisty”, ou seja, alguém pronto para a briga. 

 A vendedora do local, que preferiu não se identificar, relata que algumas pessoas chegam às 10h da manhã e só vão embora quando desligam as máquinas, o que acontece automaticamente às 00:30.

Continua depois da publicidade

Sorte ou técnica?

Ramon Souza (27), analista de sistemas, estava nesse espaço apenas como espectador e na torcida pelo amigo. Ele acredita que é questão de técnica, mas explica que não tem paciência para entrar na brincadeira.

“Se perco uma vez, não quero mais jogar. Tentei pouquíssimas vezes e só passei raiva”, diz. O analista confessa, contudo, que naquele dia estava animado, porque seu amigo tinha acabado de pegar uma mini pelúcia.

Kauê Barbosa (29), também analista de sistemas, o amigo de Ramon, revelou que esta era sua segunda vez na vida tentando obter o prêmio. A primeira vez que jogou ele estava na região do Sapopemba e conseguiu com uma tentativa.

Continua depois da publicidade

“Hoje, foram 4 jogadas, mas peguei. Sei que é preciso ter cuidado com a brincadeira para não gastar muito”, comenta.

Quando a diversão vira vício

Sobre a questão do gasto, Thiago Ribeiro (32) entende. O executivo de vendas, pai da pequena Mariah, de apenas 6 anos, diz que há algum tempo a filha se encantou com as máquinas e com a facilidade que ele e a mãe pegavam as pelúcias. O pai, no entanto, agora começou a se preocupar com os pedidos excessivos da menina.

“Quando digo que não vamos na máquina jogar, ela pede para ficar olhando as pessoas. No começo, ela vibrava quando alguém pegava um prêmio e eu entrava na mesma onda, mas hoje tento maneirar, pois vejo que foi virando vício.”

Continua depois da publicidade

Mariah tem 45 pelúcias, entre elas um eletrônico da BR Machine, que a própria garotinha pegou. Segundo Thiago, a menina já tem as habilidades e o senso de direção da garra.

Mariah, 5 anos, compartilha suas técnicas e habilidadesMariah, 5 anos, compartilha suas técnicas e habilidades - Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo

O pai afirma que ela aprendeu as técnicas ao assistir vídeos no YouTube, como os da influenciadora Kaka Moreira, que fala sobre as travas, tempo e a maneira que cada máquina funciona.

Seguindo as dicas da youtuber e com a ajuda dos pais, Mariah vai colecionando pelúcias e histórias. O sonho é pegar um Feisty e uma pelúcia mega.
 
A garotinha já tem até dicas para o jogo: “ver as pessoas pegando antes é um jeito de saber se a garra é boa. Se for ‘molenga’ ou ficar abrindo no meio da jogada, nem vale gastar seu dinheiro.”

Continua depois da publicidade

Essas máquinas são consideradas jogo de azar?

Quem não gasta, mas lucra com essa febre são os empreendedores. Com mais de 16 mil seguidores, o empresário Erison Carlos é o maior fornecedor de máquinas de pelúcia dos últimos 4 anos no Brasil.

No seu perfil do Instagram, ele mostra diversos modelos de máquinas e dá dicas de como faturar com elas.

Apesar de render lucro para quem adquire a máquina, elas não são classificadas como jogo de azar. Elas são permitidas no Brasil, porque são jogos de habilidade, segundo o artigo 50 da Lei de Contravenções Penais.

Continua depois da publicidade

Ou seja, depende das técnicas do jogador para conquistar o prêmio dentro de um tempo determinado e não da sorte.
 
 

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados