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Máquinas de pegar pelúcia voltam com tudo | Lohe Duarte/Gazeta de São Paulo
Queridinhas da década de 90, as máquinas de pegar pelúcias voltaram com tudo nos últimos anos. Além de diversão para as crianças, elas hoje atraem colecionadores e são fonte de renda tanto para os comerciantes que as abrigam quanto para quem comercializa os itens.
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Podemos encontrar essas máquinas em estações de metrô, supermercados, lojas de rua, conveniências e shopping centers que mantêm espaços exclusivos para esses equipamentos.
No Shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, são encontrados mais de 5 lugares nesse formato, onde as máquinas são a principal atração.
Eles abrigam desde as tradicionais garras, até as de cronômetro com pelúcias gigantes e as que ofertam prêmios mais atraentes, como Iphone ou caixa de som JBL.
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Entre os espaços localizados neste shopping, a equipe da Gazeta testou as máquinas da loja Happy Machine, que possui mais de 10 gruas de pelúcia e uma variedade de opções de garras e prêmios.
Carolina Silva, 39, enfermeira, e seu marido, Danilo Silva (43),programador de robô, estavam no local e explicaram que frequentam esse tipo de espaço há 6 meses. A mulher afirma que eles sempre pegam pelúcias nas máquinas, seja na mega garra, na de tesoura ou nas tradicionais.
Nesse tempo, conseguiram 65 pelúcias, tanto para coleção quanto para venda. “As de coleção direcionamos para venda, porque compensa”, comenta Carolina. Por outro lado, Danilo afirma que prefere guardar as especiais.
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A equipe da Gazeta também esteve na BR Machine do shopping Aricanduva. Segundo os especialistas entrevistados, as pelúcias da marca são as mais cobiçadas entre compradores e colecionadores.
A empresa tem bonecos eletrônicos e o famoso Feisty, uma pelúcia que muda sua expressão de fofinha para “feisty”, ou seja, alguém pronto para a briga.
A vendedora do local, que preferiu não se identificar, relata que algumas pessoas chegam às 10h da manhã e só vão embora quando desligam as máquinas, o que acontece automaticamente às 00:30.
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Ramon Souza (27), analista de sistemas, estava nesse espaço apenas como espectador e na torcida pelo amigo. Ele acredita que é questão de técnica, mas explica que não tem paciência para entrar na brincadeira.
“Se perco uma vez, não quero mais jogar. Tentei pouquíssimas vezes e só passei raiva”, diz. O analista confessa, contudo, que naquele dia estava animado, porque seu amigo tinha acabado de pegar uma mini pelúcia.
Kauê Barbosa (29), também analista de sistemas, o amigo de Ramon, revelou que esta era sua segunda vez na vida tentando obter o prêmio. A primeira vez que jogou ele estava na região do Sapopemba e conseguiu com uma tentativa.
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“Hoje, foram 4 jogadas, mas peguei. Sei que é preciso ter cuidado com a brincadeira para não gastar muito”, comenta.
Sobre a questão do gasto, Thiago Ribeiro (32) entende. O executivo de vendas, pai da pequena Mariah, de apenas 6 anos, diz que há algum tempo a filha se encantou com as máquinas e com a facilidade que ele e a mãe pegavam as pelúcias. O pai, no entanto, agora começou a se preocupar com os pedidos excessivos da menina.
“Quando digo que não vamos na máquina jogar, ela pede para ficar olhando as pessoas. No começo, ela vibrava quando alguém pegava um prêmio e eu entrava na mesma onda, mas hoje tento maneirar, pois vejo que foi virando vício.”
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Mariah tem 45 pelúcias, entre elas um eletrônico da BR Machine, que a própria garotinha pegou. Segundo Thiago, a menina já tem as habilidades e o senso de direção da garra.
O pai afirma que ela aprendeu as técnicas ao assistir vídeos no YouTube, como os da influenciadora Kaka Moreira, que fala sobre as travas, tempo e a maneira que cada máquina funciona.
Seguindo as dicas da youtuber e com a ajuda dos pais, Mariah vai colecionando pelúcias e histórias. O sonho é pegar um Feisty e uma pelúcia mega.
A garotinha já tem até dicas para o jogo: “ver as pessoas pegando antes é um jeito de saber se a garra é boa. Se for ‘molenga’ ou ficar abrindo no meio da jogada, nem vale gastar seu dinheiro.”
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Quem não gasta, mas lucra com essa febre são os empreendedores. Com mais de 16 mil seguidores, o empresário Erison Carlos é o maior fornecedor de máquinas de pelúcia dos últimos 4 anos no Brasil.
No seu perfil do Instagram, ele mostra diversos modelos de máquinas e dá dicas de como faturar com elas.
Apesar de render lucro para quem adquire a máquina, elas não são classificadas como jogo de azar. Elas são permitidas no Brasil, porque são jogos de habilidade, segundo o artigo 50 da Lei de Contravenções Penais.
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Ou seja, depende das técnicas do jogador para conquistar o prêmio dentro de um tempo determinado e não da sorte.
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