A+

A-

Alternar Contraste

Segunda, 30 Junho 2025

Buscar no Site

x

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp
Home Seta Gazeta Mais Seta

Curiosidades

Onde e como os pássaros descansam ao voarem sobre os oceanos?

Estudo revelou quais são os pontos estratégicos de repouso das aves durante a aventura cansativa

Leonardo Sandre

15/05/2025 às 20:45  atualizado em 19/05/2025 às 12:51

Continua depois da publicidade

Compartilhe:

Facebook Twitter WhatsApp Telegram
Cerca de 40% das aves passam pela migração duas vezes ao ano, levando milhões de pássaros a percorrerem o mundo

Cerca de 40% das aves passam pela migração duas vezes ao ano, levando milhões de pássaros a percorrerem o mundo | Frank Cone/Pexels

É de conhecimento público que algumas das aves passam por um período de migração, podendo atravessar continentes e oceanos. Cerca de 40% das espécies passam por isso duas vezes ao ano, levando milhões de pássaros a percorrerem o mundo.

Continua depois da publicidade

Contudo, diante de uma aventura tão longa e cansativa, muitos podem se questionar como este processo é feito sem que os pássaros acabem exaustos durante os voos tão demorados sobre o oceano (onde não há terra ou árvores para descanso).

Uma pesquisa, liderada por Maurizio Sarà, Universidade de Palermo, na Itália, levantou este tópico e desvendou este mistério.

Onde os pássaros descansam quando voam sobre o oceano?

Segundo o estudo, os navios que cruzam o Mar Mediterrâneo (entre a Europa, África e Ásia) podem servir como locais de descanso improvisados para as aves.

Continua depois da publicidade

A equipe de pesquisadores observou 13 espécies de aves que pousaram em embarcações durante 25 dias de monitoramento em uma expedição oceanográfica.

Foi constatado que o tempo médio de descanso destes pássaros foi de 42 minutos, um período relativamente curto, possivelmente devido à falta de alimentos disponíveis nos navios.

A investigação, publicada na revista Ibis, estima que milhões de aves podem estar utilizando navios como escalas temporárias durante suas migrações, especialmente na área observada, que é uma das rotas mais movimentadas do mundo.

Continua depois da publicidade

"O uso de barcos como locais de descanso é geralmente visto como um evento raro e pouco documentado na literatura ornitológica", destacam os autores.

Como funciona este descanso?

Por décadas, houve um debate por parte dos cientistas de que algumas espécies poderiam dormir enquanto voavam, mas nenhuma evidência conseguia comprovar esta ideia. Até que em 2016 ela chegou.

Um estudo publicado na Nature Communications, conduzido por Niels Rattenborg e sua equipe, analisou o comportamento de aves como a fragata-grande (Fregata minor), e descobriu que elas são capazes de permanecer no ar por até dois meses sem pousar.

Continua depois da publicidade

A pesquisa revelou que as fragatas dormem durante o voo, mas de uma forma muito mais peculiar do que se imagina. Elas descansam por curtos períodos de 10 segundos, que ao final do dia totalizam 45 minutos de "soneca".

Além disso, esta espécie alterna entre dormir com um hemisfério cerebral de cada vez ou com ambos simultaneamente, mantendo-se assim alerta o bastante para evitar colisões.

Em terra firme, o descanso funciona de uma forma bem diferente. Neste cenário, as fragas dormem cerca de 12 horas por dia, quando são capazes de retornarem para seus ninhos.

Continua depois da publicidade

Segundo o estudo, mesmo com o tempo curto de descanso durante a migração, os pássaros conseguiram manter o controle aerodinâmico e a atenção necessária para voar longas distâncias.

Como os pássaros aguentam voar por tanto tempo?

A missão de aguentar voar de maneira firme e forte por centenas ou até milhares de quilômetros parece uma tarefa impossível de concluir, principalmente na percepção dos humanos. 

Entretanto, a jornada das espécies que cruzam oceanos e continentes durante as migrações guardam uma curiosidade que torna esta missão viável de ser cumprida.

Continua depois da publicidade

Um estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B e conduzido por pesquisadores do Instituto Max Planck e da Universidade de Konstanz, na Alemanha, descobriu que essas aves se utilizam de ventos favoráveis e correntes de ar ascendentes, conhecidas como elevação. Isso ajuda na redução do esforço durante o voo.

Com a utilização desta estratégia, espécies como a águia-pesqueira e o falcão-peregrino realizam travessias marítimas longas, ajustando suas rotas para aproveitar as melhores condições atmosféricas.

Liderada por Elham Nourani, a pesquisa evidenciou que, além de usarem o vento para impulsionar seus voos, essas aves também evitam áreas com alta variabilidade climática, garantindo uma jornada mais previsível e menos cansativa.

Continua depois da publicidade

Essas reações das espécies revelam uma adaptação surpreendente ao ambiente, mas também destacam que há uma vulnerabilidade delas em relação às mudanças nos padrões climáticos globais.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Conteúdos Recomendados