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No centro da cratera fica o lago Pingualuk, com 267 metros de profundidade. | Wikimedia Commons
A cratera Pingualuit, no norte do Quebec, é um daqueles lugares que parecem invenções, mas existem. Em pleno Ártico canadense, a formação circular quase perfeita guarda um lago de água extremamente límpida, conhecido como “o olho de cristal de Nunavik”.
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O cenário fica dentro do parque nacional Pingualuit, em uma área remota de Nunavik. Por isso, além da beleza, a visita chama atenção pela logística e pelo contato direto com a tundra e sua fauna.
A Pingualuit foi formada por um impacto de meteorito há cerca de 1,4 milhão de anos. O choque abriu uma cavidade profunda e manteve bordas elevadas, que hoje se destacam como um anel acima do terreno ao redor.
O diâmetro da cratera é de 3,44 km e a profundidade total chega a aproximadamente 400 metros. As bordas se erguem cerca de 160 metros acima da tundra, o que ajuda a explicar por que ela é vista de longe.
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A simetria quase perfeita virou marca registrada. Por ser uma cratera bem preservada, a formação é frequentemente citada como uma das melhores do mundo para observar, a olho nu, a “assinatura” de um impacto.
No centro da cratera fica o lago Pingualuk, com 267 metros de profundidade. Ele é considerado um dos mais profundos da América do Norte e chama atenção por não ter rios entrando ou saindo.
O lago é alimentado apenas por chuva e neve. Esse isolamento hidrológico ajuda a manter a água com baixíssima salinidade, citada em medições como inferior a 3 ppm, além de alta transparência.
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Em condições favoráveis, a visibilidade na água pode ultrapassar 35 metros de profundidade. é esse aspecto, mais azul e cristalino do que se espera em latitudes tão frias, que sustenta o apelido.
Para o povo inuit, o nome “Pingualuit” significa “espinha”, numa referência direta ao relevo da cratera na paisagem plana. O termo também aparece ligado à maneira como o lugar se impõe no horizonte.
Ao longo do século 20, a cratera foi sendo mais documentada por expedições e ganhou fama na imprensa como uma “oitava maravilha do mundo”, em parte por sua beleza e pelo isolamento.
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Há ainda um detalhe histórico curioso: durante a Segunda Guerra Mundial, pilotos teriam usado a geometria da cratera como ponto de navegação visual, por ser um marco fácil de reconhecer do alto.
A área foi protegida oficialmente com a criação do parque nacional Pingualuit, em 2004. A conservação busca equilibrar turismo, pesquisa e respeito ao território tradicional das comunidades locais.
Na biodiversidade da região aparecem espécies típicas do Ártico, como lobo, raposa-do-ártico e aves como a coruja-das-neves. Caribus também migram pela área em períodos do ano.
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O ambiente é sensível e a regra é simples: pouca infraestrutura e muita responsabilidade. Em lugares assim, qualquer visita precisa ser planejada para reduzir impacto e aumentar segurança.
Visitar a Pingualuit exige planejamento. Em geral, o caminho envolve voos até cidades do norte do Quebec, como Kuujjuaq, e depois conexões menores e deslocamentos terrestres até o parque.
O lago permanece congelado por quase todo o ano e costuma abrir por um período curto, geralmente entre agosto e setembro. Essa janela influencia o tipo de paisagem que o visitante vai encontrar.
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Como o acesso é remoto e o clima muda rápido, a recomendação é buscar orientação local e checar condições de deslocamento, permissões e estrutura disponível antes de definir datas e roteiro.
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