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Piso que foi febre nos anos 1980 deixa de ser `de vó` e está em alta

O charme que virou tendência em São Paulo e desperta memórias afetivas

Pedro Morani

29/09/2025 às 15:03  atualizado em 29/09/2025 às 15:21

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Esse ícond da arquitetura do passado está de volta com muita força

Esse ícond da arquitetura do passado está de volta com muita força | Foto: Youtube/Reprodução

O piso de caquinhos surgiu como solução prática e econômica. No início do século 20, fábricas de cerâmica e ladrilhos tinham grande volume de sobras e rejeitos. Para evitar o desperdício, esses fragmentos passaram a ser reutilizados em construções, formando mosaicos coloridos. 

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É fácil associá-lo às casas de avós, aos churrascos de domingo e aos quintais onde as crianças brincavam
É fácil associá-lo às casas de avós, aos churrascos de domingo e aos quintais onde as crianças brincavam
Os caquinhos ganharam espaço em quintais, garagens e entradas residenciais
Os caquinhos ganharam espaço em quintais, garagens e entradas residenciais
Andar por bairros tradicionais de São Paulo ainda é se deparar com fragmentos dessa herança em calçadas e jardins (Fotos: Freepik)
Andar por bairros tradicionais de São Paulo ainda é se deparar com fragmentos dessa herança em calçadas e jardins (Fotos: Freepik)

O que começou como alternativa barata logo se tornou marca registrada em calçadas e casas. Além da praticidade, havia uma lógica funcional: o piso irregular evitava escorregões e resistia bem ao tempo. 

Por isso, ganhou espaço em quintais, garagens e entradas residenciais. Era um recurso acessível e durável, adotado especialmente por famílias de classe média em ascensão.

Com o tempo, o improviso se transformou em estética. Os caquinhos, antes vistos como restos, passaram a compor um visual único, artesanal e acolhedor, uma verdadeira assinatura do jeito paulistano de construir.

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O elo com a memória afetiva

Para muitos, o piso de caquinhos é sinônimo de lembrança de infância. É fácil associá-lo às casas de avós, aos churrascos de domingo e aos quintais onde as crianças brincavam. Esse vínculo afetivo ajudou a consolidar sua presença na cultura popular, transformando-o em um símbolo que vai além da utilidade.

Essa memória coletiva fortaleceu a identidade visual da cidade. Andar por bairros tradicionais de São Paulo ainda é se deparar com fragmentos dessa herança em calçadas e jardins. O que parece apenas detalhe, na verdade, é um elemento que conecta gerações.

Em tempos de busca por autenticidade, esse resgate afetivo ganha ainda mais relevância. O piso de caquinhos, carregado de história, transmite a sensação de continuidade, como se fosse um pedaço material da memória urbana.

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A volta como tendência urbana e sustentável

Hoje, o piso de caquinhos volta a ser valorizado como tendência arquitetônica. A estética retrô atrai designers e arquitetos que enxergam nele uma forma de unir história e modernidade. O mosaico irregular conversa bem com propostas de design autoral e projetos que buscam originalidade.

Outro ponto forte é a sustentabilidade. Em um cenário onde reaproveitamento e consciência ambiental são palavras de ordem, os caquinhos retomam seu papel inicial: transformar sobras em algo belo e útil. Esse ciclo reforça a ideia de que design também pode nascer da simplicidade.

Assim, o piso que um dia foi visto como solução improvisada agora ocupa espaço nobre em projetos contemporâneos. É a prova de que a moda é cíclica e de que a beleza, muitas vezes, está no que parecia ser apenas resto.
 

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