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Por que algumas pessoas não gostam de contato físico? Psicologia explica

A forma como os pais lidavam com demonstrações de afeto pode influenciar bastante a reação ao abraço na vida adulta

José Adryan

14/06/2025 às 19:00

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Rejeição ao contato físico pode causar problemas físicos e emocionais

Rejeição ao contato físico pode causar problemas físicos e emocionais | Freepik

Tem gente que faz de tudo para não ser abraçada. Em muitos casos, as causas estão ligadas à criação ou à autoestima.

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Em culturas como a do Brasil, em que o toque é muito presente, essa condição pode parecer estranha, mas ela pode se relacionar com a cultura do país e a influência dos pais.

Suzanne DeggesWhite, professora da Northern Illinois University, destacou em entrevista à Times que nossa inclinação a demonstrar afeto por meio de toques ou abraços está profundamente enraizada nas experiências da infância.

Independentemente da causa, essa aversão pode gerar desconforto tanto em quem evita quanto em quem tenta abraçar. Especialistas afirmam que é possível superar isso, mas somente com vontade pessoal.

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Tradição familiar

Também há explicações culturais: em países como Coreia do Sul, EUA e Inglaterra, o toque e os abraços são menos comuns do que em locais como Brasil, França ou Porto Rico, segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia.

De acordo com um estudo de 2012 publicado na Comprehensive Psychology, filhos de pais afetuosos tendem a repetir esse hábito. Já quem cresce com pais distantes pode achar desconfortável até imaginar um abraço.

Em contraste, algumas crianças que cresceram sem muito afeto se tornam adultas que buscam bastante contato físico — não conseguem nem cumprimentar um amigo sem toque.

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Sinais físicos

A ausência de contato físico na infância pode prejudicar o desenvolvimento do sistema nervoso e atrapalhar a produção de hormônios, como a ocitocina.

Darcia Narvaez, da Universidade de Notre Dame, explica que a falta de contato afetuoso pode prejudicar o nervo vago, essencial para vínculos emocionais, além de prejudicar a liberação de ocitocina, o “hormônio do amor”.

Estudos com órfãos da Romênia indicam que a carência de afeto sensibiliza o sistema de ocitocina: essas crianças produziram muito menos do hormônio ao receberem carinho, comparadas a crianças com famílias acolhedoras.

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Com baixos níveis de ocitocina, as pessoas geralmente têm mais dificuldade em criar laços sociais, por isso, mesmo que evitem abraços, o contato físico continua sendo essencial para o desenvolvimento emocional.

Cuidados físicos e mentais

Suzanne DeggesWhite ainda afirma que fatores como baixa autoestima ou ansiedade social podem tornar o toque desagradável. Para alguns, ser tocado, física ou emocionalmente, provoca grande insegurança.

Uma pesquisa da Carnegie Mellon, de 2015, revelou que abraços fortalecem o sistema imunológico: 32% da melhora no sistema veio desse ato, que reduz o estresse e ajuda a proteger contra doenças.

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Para quem valoriza higiene, o estudo do American Journal of Infection Control de 2014 indicou que o toque de punhos é uma saudação mais limpa e ainda permite uma conexão social rápida e segura.

Apesar dos benefícios segundo o Emily Post Institute, só ofereça esse tipo de afeto quando tiver intimidade. Respeitar a linguagem corporal é essencial. Se alguém estende a mão, aceite e evite o abraço.

Ninguém precisa se obrigar a abraçar por educação. Mas se isso causa angústia, vale buscar apoio psicológico. E quem evita apenas o abraço, mas tolera toques, pode tentar se expor devagar. Depois, muitos relatam “alívio, gratidão, surpresa e até arrependimento por tanto tempo fechado”.
 

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