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Crises globais, medo do colapso e busca por exclusividade alimentam a corrida por bunkers de luxo, um novo nicho do mercado imobiliário de alto padrão | Reprodução/Youtube
O mercado imobiliário de alto padrão encontrou uma nova fronteira: os bunkers de luxo. Projetados para resistir a cenários extremos, eles transformam a ideia de sobrevivência em uma experiência quase de resort e atraem nomes bilionários.
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A promessa é simples, mas sedutora: conforto absoluto, segurança máxima e isolamento total caso o mundo lá fora entre em colapso. Essa indústria cresce rápido, impulsionada por crises globais e pelo medo do futuro.
Da alta gastronomia a sistemas autônomos que dispensam energia externa, os novos abrigos subterrâneos criam um universo paralelo em que a proteção vem acompanhada de luxo, privacidade e exclusividade.
Projetos como o da Safe, empresa americana do setor, revelam a dimensão dessa tendência entre interessados em bunkers de luxo. Ela quer construir mais de mil “santuários globais”, espalhados pelo mundo e reservados a um grupo seleto de membros convidados. O acesso, segundo a companhia, é altamente restrito.
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A diretora de Operações e Prevenção Médica da Safe, Naomi Corbi, explica à BBC que o programa, chamado Aerie, funciona como um clube privado.
“A adesão só é possível por convite e é altamente seletiva”, afirma. As unidades incluem água, comida, atendimento médico ilimitado e estruturas independentes da rede elétrica. Tudo é pensado para cenários de guerra ou situações extremas para a humanidade.
Com isso, cada bunker promete não apenas segurança, mas autonomia total. Corbi ressalta que as instalações são “à prova de pulsos eletromagnéticos” e preparadas para longos períodos de isolamento, algo que aumenta o apelo entre bilionários preocupados com guerras, crises climáticas e instabilidade política.
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Os valores impressionam: um abrigo de 185 m² pode chegar a 2 milhões de dólares, enquanto versões maiores alcançam 20 milhões. A experiência, porém, vai além do básico, com spa, gastronomia refinada e projeções que simulam paisagens externas para amenizar o confinamento.
A estrutura também inclui medidas que chamam atenção, como uma “prisão interna”. Corbi afirma que cada instalação possui uma suíte de detenção para casos de “comportamentos inesperados”. “É uma suíte preparada para manter pessoas em isolamento, mas que permite comunicação e interação”, diz.
Segundo ela, o controle desse espaço fica a critério do cliente. A ideia revela o nível de tensão previsto pelos idealizadores e reforça que, mesmo no subsolo, conflitos podem surgir. A empresa classifica os bunkers como SCIFs, estruturas usadas para proteger informações sensíveis, como as da sala de crise da Casa Branca.
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Corbi avalia que a procura por abrigos assim só tende a crescer. “A humanidade está em um caminho perigoso, a ser digitalmente aprisionada e completamente controlada”, afirma. Para ela, o Aerie oferece soberania e privacidade total. “O acesso é ilimitado e a discrição é absoluta”, destaca.
Questionada sobre clientes brasileiros, a diretora evita detalhes, mas admite que a Safe mira o país. “O Brasil não está alheio às profundas preocupações com a segurança”, afirma, sugerindo que a demanda existe e pode aumentar.
À medida que o mundo enfrenta incertezas, os bunkers de luxo parecem ganhar novo significado. Eles deixam de ser apenas refúgios e passam a simbolizar o desejo de escapar do caos com conforto, exclusividade e total desconexão da superfície.
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Em paralelo, novos abrigos subterrâneos criam um universo paralelo em diferentes partes do mundo, o que torna esse tipo de construção ainda mais desejado por quem pode pagar.
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