Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Mesmo com regras, home office e riscos, a atração entre colegas segue firme | Freepik
Mesmo com políticas rígidas, reuniões virtuais e alertas do RH, o romance no trabalho continua acontecendo. A pandemia mudou a rotina, mas não freou a atração entre colegas. Ao contrário, ela ganhou novas formas.
Continua depois da publicidade
Pesquisas e especialistas mostram que trabalhar junto cria vínculos difíceis de evitar, seja no escritório físico ou por trás das telas. A explicação está menos no acaso e mais na psicologia humana.
A pergunta, portanto, não é se o namoro entre colegas vai surgir, mas por que ele parece tão inevitável. E o que isso diz sobre a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos hoje.
Apesar de ainda causar desconforto em muitas empresas, o namoro entre colegas não é novidade. Pesquisas indicam que a maioria das pessoas não vê problema nesse tipo de relação, e metade já se interessou por alguém no trabalho.
Continua depois da publicidade
Esse cenário atravessa séculos. Segundo a professora Amy Nicole Baker, da Universidade de New Haven, já havia registros de envolvimentos amorosos desde a era industrial, quando homens e mulheres passavam longas horas dividindo o mesmo espaço.
Além disso, dados mostram que muitos casais se formaram no ambiente profissional. Não por acaso: adultos passam boa parte da vida trabalhando, muitas vezes mais tempo com colegas do que com amigos fora dali.
Para especialistas, a explicação começa pela convivência. Quanto mais vemos alguém, maiores as chances de desenvolver simpatia. Esse mecanismo psicológico é conhecido como efeito de mera exposição e atua de forma silenciosa no dia a dia.
Continua depois da publicidade
No trabalho, essa exposição é constante. Reuniões, trocas de mensagens, decisões compartilhadas e problemas resolvidos em conjunto criam familiaridade. Com o tempo, a afinidade pode virar algo mais, quase sem que se perceba.
E isso não depende só da presença física. Mesmo no home office, a interação frequente por e-mail, Zoom ou Slack mantém a proximidade emocional e intelectual, segundo Baker, alimentando a mesma dinâmica da atração.
Outro fator decisivo é a semelhança. Colegas costumam compartilhar valores, formação e visões de mundo. “Se ambos pensam o mundo da mesma maneira, essa similaridade também vai promover uma afeição”, explica Baker, em entrevista à BBC.
Continua depois da publicidade
Além disso, enfrentar dificuldades juntos fortalece vínculos. Prazos apertados, chefes difíceis e crises inesperadas funcionam como catalisadores emocionais, criando uma sensação de parceria e pertencimento.
“Passar por algo difícil juntos leva a uma sensação de ‘nós’”, resume a psicóloga Amie Gordon, da Universidade de Michigan. Esse sentimento, aos poucos, pode ultrapassar os limites profissionais.
Mesmo sendo comum, o romance no escritório traz desafios. Ele pode gerar conflitos de interesse, desconforto na equipe e dúvidas sobre o que é, ou não, apropriado no ambiente profissional.
Continua depois da publicidade
Segundo Vanessa Bohns, da Universidade Cornell, a dinâmica muda quando colegas têm um “relacionamento duplo”. As normas ficam menos claras, e observadores podem se sentir inseguros ou excluídos.
Por isso, especialistas defendem que empresas lidem com o tema de forma aberta. “Gerenciar isso, em vez de fingir que não existe, é a melhor abordagem”, avalia Johnny C Taylor Jr., CEO da SHRM, à BBC.
Para quem vive um romance no trabalho, a recomendação é refletir, avaliar riscos e ser transparente. Afinal, o amor pode até nascer no escritório, mas nem sempre termina fora dele.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade