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Por que os pássaros coloridos sumiram das cidades? Estudo revela os mistérios

Aves coloridas estão sumindo das cidades, e a culpa é da urbanização; entenda o que diz a ciência

Gabriela Barbosa

03/08/2025 às 09:35

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Aves coloridas são cada vez mais raras nas grandes cidades

Aves coloridas são cada vez mais raras nas grandes cidades | Freepik

Você já parou para reparar nos pássaros que vê na rua? A maioria deles é cinza, marrom ou de cores neutras. Pesquisadores da USP descobriram que a urbanização está filtrando espécies de aves mais coloridas, privilegiando aquelas com cores mais discretas. 

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As aves coloridas precisam de ambientes naturais para sobreviver
As aves coloridas precisam de ambientes naturais para sobreviver
Nas cidades, a falta de comida e de árvores afeta esse tipo de ave
Nas cidades, a falta de comida e de árvores afeta esse tipo de ave
Por isso, os pássaros maiores de cores neutras são mais comuns nas cidades
Por isso, os pássaros maiores de cores neutras são mais comuns nas cidades
Esse efeito é ainda mais evidente nos bairros periféricos, onde quase não há áreas verdes disponíveis (Fotos: Freepik)
Esse efeito é ainda mais evidente nos bairros periféricos, onde quase não há áreas verdes disponíveis (Fotos: Freepik)

Mas o que está por trás desse fenômeno? A resposta envolve alimentação, tamanho do corpo e até o tráfico ilegal de animais.

Por que aves coloridas não sobrevivem nas cidades?

Aves megacoloridas — as 5% mais vibrantes em cada bioma — estão rareando em áreas urbanas. Segundo o biólogo Lucas Nascimento, da USP, a seleção natural nas cidades favorece espécies menos chamativas. 

"O ambiente urbano privilegia aves onívoras e grandes, enquanto as mais coloridas tendem a ser pequenas e especializadas", explica ao Jornal da USP.

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Mas não é só a biologia que determina isso. A falta de áreas verdes, problema comum em bairros periféricos, e as ilhas de calor reduzem os habitats disponíveis. 

Além disso, o tráfico de animais silvestres atinge mais aves coloridas próximas a centros urbanos, agravando seu desaparecimento.

Como o racismo ambiental afeta as aves urbanas?

A distribuição desigual de parques e árvores nas cidades não é aleatória. "Se o racismo estrutura a paisagem urbana, ele também determina quais espécies sobrevivem nela", alerta Nascimento. 

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Bairros mais pobres, muitas vezes negros e periféricos, têm menos áreas verdes — e, consequentemente, menos biodiversidade.

Essa segregação ecológica significa que aves coloridas, que dependem de florestas e matas preservadas, não encontram abrigo em regiões asfaltadas e sem vegetação. 

O resultado é uma homogeneização da vida selvagem nas cidades, onde só resistem espécies generalistas, como pardais e pombos.

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O que pode ser feito para trazer as cores de volta?

A solução passa por políticas públicas que combatam a desigualdade ambiental. Mais parques, corredores verdes e arborização em bairros marginalizados podem ajudar a recuperar a biodiversidade perdida. 

"A ecologia urbana não é só sobre pássaros, mas sobre como construímos cidades mais justas para todos os seres vivos", defende Nascimento.

Enquanto isso, o desaparecimento das aves coloridas serve como um alerta: a forma como organizamos nossas metrópoles tem impacto direto na natureza e na qualidade de vida de quem mora nelas.

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