Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Tempo na internet e falta de boas oportunidades podem ser motivos para o fenômeno | Freepik
Estudar, trabalhar, crescer na vida. Esse é o caminho que muita gente espera seguir, principalmente os mais jovens. Mas a realidade atual está bem distante desse ideal.
Continua depois da publicidade
Hoje, milhões de brasileiros da chamada Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) estão simplesmente parados: sem emprego e fora da escola.
O fenômeno, conhecido como geração “nem-nem” (nem trabalha, nem estuda), não é novo. Mas os números mais recentes mostram que ele está atingindo níveis alarmantes.
De acordo com o IBGE, só no Brasil, mais de 10,3 milhões de jovens entre 15 e 29 anos estão nessa situação. E isso não acontece por falta de vontade. O buraco é mais embaixo.
Continua depois da publicidade
De acordo com Jeff Bulanda, vice-presidente da Jobs for the Future ou JFF (organização americana sem fins lucrativos), a culpa não é apenas dos jovens, mas também da forma como a sociedade falhou em atualizar seus sistemas.
De acordo com estudos da JFF, existem alguns motivos para todo esse fenômeno. Entenda.
Para muitos jovens, a realidade é dura desde o começo. Falta de estrutura em casa, escola pública sucateada, pouca rede de apoio.
Continua depois da publicidade
A entrada no mercado de trabalho exige experiência, no entanto, pode ser difícil conseguir o primeiro emprego. Aí o jovem tenta estudar, mas não tem dinheiro para transporte, internet ou materiais. Resultado: desiste.
Com o tempo, a frustração cresce. O jovem começa a achar que não adianta tentar. E quando o desânimo se instala, sair dessa situação fica ainda mais difícil.
Essa é uma das gerações mais conectadas da história. Cresceu com celular na mão, vive nas redes, consome conteúdo como ninguém. Mas, ao mesmo tempo, muitos desses jovens estão desconectados do mundo real, principalmente do mercado de trabalho.
Continua depois da publicidade
Boa parte das oportunidades exige habilidades que não foram ensinadas na escola. Outros empregos oferecem salários baixos e condições precárias.
Somado isso à pressão por sucesso que vem das redes sociais, o efeito é devastador: comparação constante, sensação de fracasso, medo de tentar.
De acordo com a JFF, outro fator que empurra os jovens para essa realidade é o modelo de ensino. Muitas escolas ainda funcionam como se estivessem no século passado, com aulas teóricas, pouca prática e zero conexão com a realidade do mercado.
Continua depois da publicidade
Enquanto isso, o mundo muda rápido. Novas profissões surgem, tecnologias evoluem, mas os currículos continuam os mesmos. O resultado é um desencontro total entre o que os jovens aprendem e o que o mundo exige.
Sem políticas públicas consistentes, a juventude fica à deriva. Cortes em programas de incentivo ao estudo, falta de investimento em capacitação, ausência de apoio psicológico.
Tudo isso contribui para a formação de uma geração travada, cheia de potencial, mas sem caminho.
Continua depois da publicidade
A JFF defende que, a longo prazo, o impacto é coletivo. Um país com milhões de jovens fora do sistema produtivo deixa de crescer, perde força e aumenta a desigualdade.
Chamar essa juventude de “preguiçosa” ou “acomodada” é o caminho mais fácil, conclui a organização.
Entender os motivos desse fenômeno requer mais trabalho, porém, é a melhor forma de encontrar uma solução para esse problema tão atual. O jovem que está parado hoje é reflexo de falhas antigas: no ensino, na economia, na política.
Continua depois da publicidade
Para mudar esse cenário, não basta culpar os indivíduos. É preciso investimento, escuta, apoio real. Porque uma geração inteira não pode ser descartada.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade