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Song-Chun Zhu é um dos maiores especialistas de IA no mundo | Divulgação
Em agosto de 2020, Song-Chun Zhu, embarcou em silêncio em um voo só de ida para Pequim. Na época com 51 anos, o cientista chinês abandonou uma carreira consagrada nos EUA, país onde viveu por quase três décadas.
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Sua escolha surpreendeu até mesmo os colegas. Em entrevista para o jornal The Guardian, afirmou: “Eu tenho que fazer isso”.
O cientista cresceu na zona rural da China. Quando jovem, se incomodou ao descobrir que sua família era registrada somente por datas, sem nenhuma memória sobre quem eram ou como viveram.
Quando questionou o motivo, ouviu que, por serem pobres, suas vidas não eram importantes para serem contadas.
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Essa reação o motivou para buscar conhecimento e relevância. Em 1992, conseguiu uma bolsa integral em Harvard e iniciou uma trajetória que o colocou entre os principais nomes da inteligência artificial no mundo.
No novo continente, Zhu se destacou em computação. Fundou centros de pesquisa, recebeu financiamento do governo americano e colaborou com outros nomes de peso na ciência.
Porém, o seu boom aconteceu quando os modelos de aprendizagem de máquina começaram a dominar a indústria. Enquanto o mundo olhava para big data, o cientista passou a defender a abordagem “small data, big task”, em português: “poucos dados, grande tarefa”.
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Para Zhu, a verdadeira inteligência artificial, que aprende, raciocina e entende causas e efeitos, não virá do aumento de dados e poder de processamento, mas da capacidade de criar sistema que simulem o raciocínio humano com poucos exemplos.
Esse pensamento o fez voltar para o seu país de origem e fundar o Beijing Institute for General Artificial Intelligence (BigAI).
Desde então, lidera o desenvolvimento do TongTong, uma IA inspirada no cérebro de uma criança de cinco anos que aprende e resolve problemas simples com criatividade.
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A mudança do especialista não foi somente científica, mas estratégica. Em seu país, ele se tornou peça-chave no esforço chinês para alcançar a liderança global em IA. Seu projeto já recebeu centenas de milhões de dólares em investimento estatal.
Em 2023, passou a fazer parte do principal conselho político chinês para defender que o país trate a IA com a mesma urgência que o programa nucelar.
A história de Zhu mostra que a IA é a base para a próxima revolução industrial. Empresas e governos do mundo todo estão atrás de profissionais com domínio nessa vertente da tecnologia.
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Desde desenvolvimento de algorítimos ao uso ético da IA em áreas como saúde, energia, finanças, varejo e educação. Ou seja, passa por quase todas as áreas.
Para as grandes nações, dominar essa tecnologia significa o mesmo que ter a influência dos países detentores de petróleo em 1970, ou os que primeiro se adaptaram a velocidade da internet nos anos 1990.
**Texto com informações da revista Exame.
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