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Conheça os peixes brasileiros que dão choque de quase 900 volts

Novas espécies são descobertas com tecnologias mais recentes

Jenny Perossi

19/08/2025 às 14:14

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O poraquê pode usar a eletricidade para caçar

O poraquê pode usar a eletricidade para caçar | Imagem: KoS/Wikimedia Commons

Na floresta profunda da Amazônia muitos perigos se escondem, entre cobras venenosas e insetos que transmitem doenças. Mas um perigo parece inusitado: pesquisadores estão descobrindo cada vez mais peixes elétricos na fauna brasileira.

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Esses peixes se escondem nas águas amazônicas. Imagem: lubasi/Flickr
Esses peixes se escondem nas águas amazônicas. Imagem: lubasi/Flickr
As raias elétricas produzem descargas bem mais fracas. Imagem: Geraldo da Silva Souza/Wikimedia Commons
As raias elétricas produzem descargas bem mais fracas. Imagem: Geraldo da Silva Souza/Wikimedia Commons
Tomadas domésticas brasileiras são de 127 ou 220 volts. Imagem: Fasouzafreitas/Wikimedia Commons
Tomadas domésticas brasileiras são de 127 ou 220 volts. Imagem: Fasouzafreitas/Wikimedia Commons
O poraquê pode usar a eletricidade para caçar. Imagem: KoS/Wikimedia Commons
O poraquê pode usar a eletricidade para caçar. Imagem: KoS/Wikimedia Commons

Enquanto tomadas domésticas podem causar choques de 127 ou 220 volts, e sistemas industriais ou comerciais podem exigir 360 volts, esses peixes amazônicos conseguem descarregar incríveis 860 volts em uma pessoa, potencialmente fatais.

Entre as espécies mais conhecidas estão o poraquê, o ituí-cavalo e o tuvira. Entenda agora como funciona o choque dessas enguias-elétricas, como evitar e outras espécies de peixes do trovão.

Peixes elétricos

Os biólogos conhecem três ordens distintas de peixes elétricos: Os bagres-elétricos africanos (Siluriformes), as raias elétricas (Torpediniformes e Rajiformes) e os peixes elétricos de água doce neotropical, que ocorrem nas Américas do Sul e Central (Gymnotiformes).

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Os brasileiros fazem parte dessa terceira ordem. O choque acontece pois os peixes possuem células especializadas, chamadas eletrócitos, capazes de emitir e detectar campos elétricos. A maioria nasce de células musculares modificadas, mas o ituí-cavalo modifica suas células neurais.

Luiz Peixoto, professor da Universidade Federal do Pará, explica que existem cerca de 280 espécies de Gymnotiformes reconhecidas, mas que a maioria é de descoberta recente.

“Dessa diversidade, cerca de 70 espécies novas foram descritas nos últimos dez anos com o incremento de novas ferramentas tecnológicas, como a tomografia computadorizada” afirmou Peixoto para uma reportagem da Folha de S. Paulo.

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Por que elas dão choque?

Diferente do que se imagina, a maioria desses peixes-elétricos não dão choque para ferir outros seres, mas utilizam o mecanismo para se acharem, se comunicarem, ou até mesmo procurar alimentos enterrados no leito do rio.

“Uma das coisas que mais têm evoluído em termos de conhecimento sobre o grupo é que os choques são espécie-específicos, isto é, cada espécie reconhece as descargas somente da sua própria espécie”, explicou o professor.

Apenas os poraquês utilizam a eletricidade para caçar. Provavelmente por isso, são os peixes com a descarga elétrica mais potente. Bagres-elétricos, raias e outros produzem choques de 10 a 50 volts, muito fracos para afetar seres humanos.

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Já o poraquê Electrophorus electricus é capaz de descarregar 460 volts em uma presa. Em 2019, pesquisadores da USP e do estadunidense Smithsonian Institute descreveram duas espécies que conseguem alcançar valores ainda mais elevados. Electrophorus voltai é o campeão, com 860 volts.

Preservar o habitat

Embora a voltagem seja de impressionar, são poucos os casos registrados de acidentes envolvendo peixes elétricos. Casos fatais de choques por animais marinhos são ainda mais raros, visto que seres humanos não estão no cardápio de presas desses interessantes animais.

A biologia deles é única no mundo, e pesquisadores ainda trabalham para entender como os próprios peixes não se machucam com as descargas elétricas. A acetilcolinesterase, encontrada nos órgãos elétricos desses animais, pode inclusive tratar doenças neurodegenerativas.

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Por isso, pesquisadores ressaltam a importância de preservar não só as espécies, como seus habitats:

“São peixes fascinantes capazes de produzir descargas elétricas, e a maior diversidade observada é na região da Amazônia, o que só reforça a importância do conhecimento biológico sobre eles” , completou o professor Luiz Peixoto.

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