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Entenda como o avanço do oceano e ressacas intensas põem em xeque uma das praias mais simbólicas do país | Foto: Youtube/Reprodução
Um novo estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF) acendeu o alerta para moradores e turistas que frequentam Niterói. A pesquisa, publicada na revista científica Coasts, mostra que trechos inteiros da orla da cidade podem deixar de existir nas próximas décadas.
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O levantamento combina fatores ambientais e socioeconômicos e traça cenários que apontam impactos severos, mesmo em condições consideradas otimistas.
Com a possibilidade de avanço acelerado do mar e ressacas cada vez mais intensas, Niterói se vê diante de um desafio que já atinge cidades costeiras de todo o mundo. A pergunta que fica é como proteger uma das áreas litorâneas mais simbólicas do Rio de Janeiro?
A pesquisa analisou vulnerabilidades em todas as nove regiões de Niterói, utilizando uma matriz que cruzou fatores ambientais, sociais e econômicos. Esse diagnóstico trouxe à tona diferenças marcantes entre áreas da cidade, algumas já próximas do limite ecológico.
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Enquanto a Baía de Guanabara convive com forte desigualdade social e impactos urbanos acumulados ao longo de décadas, a região oceânica carrega outra fragilidade: ecossistemas sensíveis, que sofrem diretamente com o avanço das ondas e a força das ressacas.
Os pesquisadores apontam que a combinação desses elementos cria um cenário explosivo. Com ambientes frágeis e pressão humana crescente, a orla se torna cada vez mais incapaz de resistir aos fenômenos extremos, que devem se intensificar com as mudanças climáticas.
Mesmo no cenário mais otimista considerado pela UFF, o nível do mar deve subir ao menos 0,50 metro até 2100. Porém fenômenos naturais como ressacas podem elevar esse número para impressionantes 1,80 metro, suficiente para alterar drasticamente o desenho da cidade.
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Com esse avanço, cerca de nove mil pessoas viveriam em áreas de risco direto, além da perda de mais de dois milhões de metros quadrados de vegetação costeira, um impacto que comprometeria tanto o meio ambiente quanto a infraestrutura urbana.
Os cientistas reforçam que, se nada for feito, o mapa de Niterói poderá ganhar novos contornos. Ruas, praias e áreas de lazer que hoje fazem parte do cotidiano podem estar submersas em poucas décadas.
Para tentar conter o avanço do mar, a empresa de infraestrutura local elaborou um projeto ousado: a instalação de um reservatório subterrâneo no estádio Caio Martins, no bairro de Icaraí. A obra pretende reduzir impactos de alagamentos e ajudar no manejo das águas.
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A iniciativa integra uma estratégia mais ampla de engenharia, planejamento urbano e ações ambientais para lidar com a nova realidade climática.
Mesmo com os esforços, especialistas alertam que medidas isoladas não serão suficientes. A contenção depende de mudanças estruturais na gestão costeira e de planos de adaptação de longo prazo.
O desafio não é exclusivo de Niterói. Segundo reportagem recente da Gazeta, diversas praias e cidades do litoral brasileiro correm risco com o avanço do mar. Veja quais áreas estão ameaçadas
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O aumento do nível do mar é um fenômeno global intensificado pelo aquecimento dos oceanos e degelo das geleiras. Dados recentes indicam aceleração da subida das águas, o que amplia o risco a áreas costeiras e praias. Estudo aponta que praias históricas no Brasil podem desaparecer
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