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Saiba como é comemorado em cada país o Natal | Mike Cox/Unsplash
A imagem do natal costuma ser parecida em muitos lugares: árvore iluminada, presépio, família reunida e uma mesa farta.
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Só que, quando você olha mais de perto, o mundo inteiro comemora do seu jeito, com rituais que podem soar estranhos, engraçados ou até assustadores para quem é de fora.
E o curioso é que quase sempre existe uma explicação. Algumas tradições nasceram como símbolo de sorte e prosperidade.
Outras viraram brincadeira para crianças. E há aquelas que cresceram por motivos bem práticos, como a influência de calendários diferentes ou de campanhas comerciais que pegaram de verdade.
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Nos presépios da Catalunha, na Espanha, aparece um personagem que foge totalmente do esperado: o caganer, um bonequinho agachado, de calças arriadas, fazendo cocô.
Ele costuma ficar escondido no cenário, em segundo plano, misturado aos personagens tradicionais do nascimento de jesus.
O detalhe é que o caganer não surgiu como protesto político, como muita gente imagina. Historiadores apontam que a figura existe desde o século 18 e seria um símbolo de fertilização da terra, como um desejo de prosperidade para o ano que começa.
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Para as crianças, a graça virou desafio: encontrar o caganer no meio do presépio faz parte da diversão, quase como um “onde está?” natalino.
No centro-oeste dos Estados Unidos, algumas famílias mantêm a tradição do weihnachtsgurke, o picles de natal. A regra é simples: um enfeite em forma de picles é pendurado na árvore e camuflado entre os galhos.
Na manhã do dia 25, a primeira criança que encontrar o picles ganha uma guloseima. Descendentes de alemães costumam dizer que o costume veio da europa, mas há um dado que intriga: uma pesquisa do instituto yougov, feita em 2016, indicou que 91% dos alemães nunca tinham ouvido falar dessa tradição atribuída ao país.
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Ou seja, mesmo que a origem seja controversa, o ritual ganhou vida própria como uma brincadeira familiar, dessas que passam de geração em geração.
No japão, onde muitas pessoas se identificam como budistas, xintoístas ou ambos, o natal não tem o mesmo peso religioso de países cristãos. Ainda assim, a data ganhou um costume moderno e muito popular: comer frango frito no dia de natal.
A adesão é tão grande que milhões de famílias fazem questão de seguir a tradição, e redes de fast-food criaram cardápios especiais para a época. Em alguns casos, a procura é tão alta que o recomendado é encomendar o pedido com antecedência, para não ficar sem.
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Se você tem amigos russos, ucranianos ou de outros países de tradição cristã ortodoxa, pode acontecer de o “feliz natal” chegar mais tarde. Em vários lugares, a celebração segue o calendário juliano, criado na antiguidade, e não o calendário gregoriano, mais usado no ocidente.
Como há uma diferença de 13 dias entre os calendários, o natal pode cair em 7 de janeiro nesses países ou em parte das comunidades.
Em alguns locais, vale lembrar, há convivência de datas e mudanças recentes de calendário, então a melhor etiqueta é perguntar como a família da pessoa costuma celebrar.
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Na islândia, os personagens natalinos não são apenas renas e papai noel. Por lá, os yule lads, figuras parecidas com elfos, visitam crianças durante o período festivo.
A tradição diz que os pequenos deixam sapatos na janela, e os yule lads podem colocar presentes dentro deles. A ideia mistura folclore, brincadeira e um toque de travessura, porque essas figuras também são conhecidas por aprontar.
Na cidade sueca de gävle, uma cabra gigante de palha é erguida desde 1966 como símbolo do natal escandinavo. O problema é que, com o tempo, surgiu uma “tradição informal” paralela: tentar destruir a escultura, muitas vezes com incêndios.
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O resultado é uma operação anual de vigilância e tensão, porque a cidade tenta proteger o monumento, enquanto parte do público acompanha para ver se ele vai sobreviver até o fim das festas.
Na venezuela, a ida à missa natalina pode terminar em roda de patins, skate e bicicleta. Em alguns bairros, acontecem as “patinatas”, encontros em que as ruas são fechadas ao tráfego para a população circular com segurança.
É um costume comunitário, que transforma a celebração em um evento de rua, com clima de festival e participação de famílias inteiras.
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Em portugal, a ceia do dia 24 de dezembro é chamada de consoada. Em algumas regiões, após a refeição, a mesa permanece posta durante a madrugada como sinal de respeito aos familiares que já morreram.
Há também o costume de deixar lugares vazios reservados aos entes queridos falecidos recentemente. É uma forma de manter a memória dentro do ritual, como se a família ainda estivesse completa ao redor da mesa.
Na república tcheca, o natal também é dia de superstição para mulheres solteiras que querem se casar. A tradição manda ficar de costas para a porta e jogar um sapato por cima do ombro.
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Se o sapato cair apontando para a porta, seria sinal de casamento em breve. Se apontar para o outro lado, a previsão é de mais um ano solteira.
Nem todo prato natalino é panetone, peru e rabanada. Em diferentes países, há iguarias que surpreendem visitantes.
Na África do Sul, algumas famílias incluem lagartas fritas. Na Groenlândia, aparecem pele crua de baleia e carne fermentada de aves marinhas, enquanto os noruegueses têm o smalahove — cabeça de cordeiro assada — como parte da tradição.
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É o tipo de comparação que faz qualquer um olhar para o jiló com menos desconfiança.
Na cidade de Oaxaca, no México, o dia 23 de dezembro tem um evento famoso: uma exposição pública de esculturas feitas de rabanete, muitas delas em formato de presépios.
O festival reúne multidões e mostra como um ingrediente simples pode virar arte efêmera, dessas que se admira com os olhos antes de pensar em comida.
Se em muitos lugares o natal é sinônimo de doçura, na áustria existe espaço para o susto. Na primeira semana de dezembro, fantasiar-se de krampus é tradição.
A criatura, parecida com um demônio, aparece como “ajudante” do papai noel, mas com uma função inversa: punir crianças desobedientes.
É um costume folclórico, carregado de teatro e máscaras assustadoras, que transforma as ruas em um espetáculo.
No fim, essas tradições mostram que o natal também é espelho de cultura local: o que cada povo escolhe celebrar, temer, lembrar ou brincar. Para quem observa de fora, pode parecer estranho. Para quem vive, é apenas a forma mais natural de dizer, do seu jeito, que o ano está virando.
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