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Levantamento mostra onde o risco de assalto, homicídio e furto é maior ou menor na capital paulista | Prefeitura de São Paulo
Você sabe quais são os bairros mais perigosos de São Paulo? Um levantamento do jornal Gazeta do Povo revelou os distritos com mais registros de crimes — e também os que oferecem mais segurança.
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A pesquisa considerou homicídios, roubos e furtos de veículos entre 2022 e 2024, criando um ranking com base em dados reais de cada distrito policial da cidade.
Com mais de 11 milhões de habitantes e 1,5 mil quilômetros quadrados, São Paulo reúne realidades opostas. Enquanto alguns bairros oferecem tranquilidade, outros concentram altos índices de criminalidade.
O levantamento classificou os 93 distritos policiais da capital com base em cinco indicadores: homicídios, latrocínios, roubos, furtos e assaltos. Cada tipo de crime recebeu um peso específico no cálculo da nota final.
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Na ponta de cima da lista, o bairro do Belém, na região da Mooca, foi o mais seguro. Já no extremo oposto, São Mateus apareceu como o mais perigoso, com uma nota geral de apenas 0,67.
De acordo com os dados, o 49º Distrito Policial, que abrange São Mateus, registrou 32 assassinatos, incluindo cinco latrocínios, além de 1.342 roubos de veículos, 1.847 furtos e 5.848 assaltos entre 2022 e julho de 2024.
Outros distritos com alta criminalidade incluem Campo Limpo, Capão Redondo, Parque Santo Antônio, Jaraguá, Itaim Paulista e Jardim Míriam — todos com grandes números de ocorrências.
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Em contraste, o Belém teve seis homicídios (sem latrocínios), 60 roubos de veículos, 1.088 assaltos e 382 furtos de veículos no mesmo período. Apesar dos números, isso representa apenas um assalto por dia em média.
Mesmo com essas ocorrências, o distrito se destacou entre os 93 analisados, obtendo a melhor nota no ranking e provando que é possível viver com mais segurança em São Paulo.
O Jardim Robru, na Zona Leste, ficou em segundo lugar na lista dos mais seguros, com 8,79 pontos. Mesmo com renda mais baixa, o bairro teve desempenho melhor que regiões nobres como os Jardins, que apresentaram maior taxa de homicídios.
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Esse padrão se repetiu em outras áreas: distritos de alta renda, como Consolação e Pinheiros, tiveram mais assaltos por 100 mil habitantes do que locais como Perus ou Ermelino Matarazzo.
Segundo a professora Loyde Abreu-Harbich, da Universidade Mackenzie, bairros mais pobres podem ser mais seguros por causa do senso de comunidade. "O sentimento de pertencimento ao lugar ajuda a cuidar da segurança do bairro", diz ela.
Ela afirma que características como iluminação adequada, janelas voltadas para a rua e presença de pedestres inibem a criminalidade. No entanto, a grande circulação em áreas nobres atrai criminosos em busca de oportunidades.
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O tenente-coronel Luiz Fernando Aguiar destaca outro ponto: em bairros dominados por facções, há menos registros de certos crimes porque as próprias organizações proíbem roubos e furtos na região.
Essa "ordem" visa evitar o aumento da presença policial, protegendo atividades ilegais como o tráfico de drogas. Nesses casos, a criminalidade está presente, mas oculta das estatísticas oficiais.
São Paulo tem hoje a menor taxa de homicídios entre as capitais do país. Em 2023, foram 4,5 mortes por 100 mil habitantes, segundo a Secretaria de Segurança Pública. Em 2001, esse índice era mais de dez vezes maior.
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No entanto, a sensação de insegurança continua. Roubos e furtos seguem em patamar elevado, com crescimento de 17% na última década. Mesmo com menos homicídios, os crimes patrimoniais continuam preocupando.
O estudo mostra que não basta observar a renda ou a fama do bairro. Segurança depende de fatores como urbanização, senso comunitário e até da presença ou ausência de facções criminosas.
Ao escolher onde morar ou circular em São Paulo, vale mais confiar em dados concretos como esse levantamento do que em percepções superficiais. A segurança é uma realidade local, e varia muito de rua para rua.
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* O estudo completo da Gazeta do Povo pode ser consultado neste link.
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