Mesmo fora de circulação há décadas, essas marcas deixaram um legado de inovação, afeto e identificação cultural. Elas mostram que uma boa história — e um bom jingle — podem durar muito mais que um produto nas prateleiras.
Varig: o orgulho que voava alto
A Varig foi muito mais que uma companhia aérea. Durante os anos 60 e 80, ela representou o orgulho dos brasileiros e a modernidade dos céus nacionais. Sua história é lembrada até hoje por quem viveu a era em que viajar de avião era sinônimo de glamour e confiança.
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Kolynos: a pasta de dente que virou sorriso
Após oito décadas dominando o mercado, a Kolynos anunciou o fim de sua produção. A decisão foi tomada para atender às exigências do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que atuou para evitar um monopólio no setor de higiene bucal.
Na época, a Kolynos era responsável por 56% das vendas no país e faturava cerca de 400 milhões de dólares por ano. Produzia, todos os meses, 45 milhões das icônicas bisnagas amarelas. A promessa era de uma pausa de apenas quatro anos mas ela nunca voltou.
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Kichute: o calçado dos sonhos de uma geração
Nos anos 1970 e 1980, o Kichute era o sonho de consumo dos meninos apaixonados por futebol. Mistura de tênis e chuteira, ele se popularizou com a Copa do México e o bicampeonato mundial da Seleção Brasileira.
Com o slogan "Kichute, calce esta força", a marca chegou a vender 9 milhões de pares em um único ano. Saiu do mercado a partir da década de 1990, quando grandes marcas esportivas internacionais chegaram ao país.
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Banco Nacional: o boné de Ayrton Senna e o símbolo de uma era
Impossível falar do Banco Nacional sem lembrar de Ayrton Senna. O piloto usava o icônico boné azul com a marca estampada, o que a transformou em um dos maiores símbolos do automobilismo brasileiro.
"A imagem que temos de um banco é de algo ruim, que nos cobra no final de cada mês, mas o Nacional conquistou uma posição interessante", avaliou Marcelo Boschi, professor da ESPM-RJ, em entrevista ao Mundo do Marketing.
O banco entrou em crise em 1994 e, um ano depois, teve seus ativos transferidos para o Unibanco após uma intervenção do Banco Central.
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Arapuã: a gigante do varejo que não resistiu
As Lojas Arapuã foram uma das maiores redes de eletrodomésticos do Brasil, com 265 unidades e mais de 2 mil funcionários. Seu jingle "Arapuã, ligadona em você" ficou na cabeça de gerações inteiras.
Em 2009, o STJ decretou sua falência após a empresa não conseguir comprovar a viabilidade de recuperação financeira.
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Banco Bamerindus: o jingle que o tempo não levou
"O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa!" quem viveu os anos 1980 e 1990 certamente se lembra desse jingle. Criado em 1943, no Paraná, o banco cresceu junto com o país e chegou a ser uma das maiores instituições financeiras da América do Sul.
"Mas o Bamerindus não aguentou uma crise de crescimento, não conseguiu se expandir. Quando o HSBC chegou ao Brasil, em 1997, comprou os ativos e passivos da marca", lembrou o jornalista Heródoto Barbeiro.
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