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Ao agitar a taça e descoberto uma gama de novos cheiros e sabores | Imagem ilustrativa gerada por IA
Girar a taça de vinho antes de degustar é uma prática que combina técnica e tradição, essencial para liberar o potencial aromático e realçar o sabor da bebida.
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Quem aprecia vinhos com atenção certamente já adotou ou pelo menos presenciou o hábito de movimentar a taça em pequenos círculos antes de levá-la ao nariz ou à boca. Esse gesto, tão comum entre enófilos, não é apenas um charme. Na verdade, ele é parte fundamental do processo de degustação, pois ativa reações químicas que ajudam a revelar os aromas e a complexidade do vinho.
O ato de girar a taça de vinho tem uma razão científica: ele permite que o líquido entre em contato com o oxigênio, o que libera compostos voláteis responsáveis por notas olfativas e gustativas mais marcantes. Isso transforma o momento da degustação em uma experiência sensorial mais rica, capaz de destacar detalhes que seriam imperceptíveis em uma taça estática.
Ao girar a taça, observa-se mais do que apenas o vinho se movendo: é nesse instante que surgem indícios visuais sobre a idade, o corpo e a densidade da bebida. O modo como o líquido escorre pelas paredes da taça — formando as famosas “lágrimas” — oferece pistas importantes sobre o teor alcoólico e a textura do vinho.
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Cores mais intensas e viscosas sugerem vinhos encorpados e robustos, enquanto tons claros e lágrimas finas podem indicar leveza e juventude. Assim, o primeiro contato visual após o giro já antecipa parte da história que será contada no paladar.
Os compostos aromáticos do vinho ficam mais ativos quando expostos ao oxigênio. Ao girar a taça, essa exposição aumenta, permitindo que diferentes notas surjam em camadas. Frutas maduras, flores secas, especiarias e madeira envelhecida são apenas algumas das impressões que podem ser percebidas.
Esse processo é especialmente relevante para vinhos complexos, como os tintos envelhecidos, que muitas vezes se mostram fechados ao sair da garrafa. Com o giro, os aromas “acordam” e passam a compor um buquê mais amplo, capaz de enriquecer a degustação de forma profunda.
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Ao se misturar com o ar, o vinho ganha maciez e perde certa rigidez. Isso é especialmente benéfico para vinhos mais jovens ou tânicos, que tendem a ser mais agressivos quando consumidos imediatamente. O giro da taça funciona como uma prévia do processo de decantação, suavizando a bebida.
O resultado é uma experiência de paladar mais equilibrada. Taninos se tornam menos ásperos, a acidez se integra melhor e os sabores se prolongam. Tudo isso contribui para que cada gole seja mais harmonioso e prazeroso, especialmente quando combinado com a percepção aromática anterior.
Para aproveitar todos os benefícios do gesto sem comprometer a bebida, o ideal é segurar a taça pela haste, mantendo a base apoiada na mesa. Isso oferece maior controle sobre o movimento e evita acidentes, especialmente para quem está começando a explorar esse universo.
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Não é preciso exagerar: alguns giros curtos são suficientes para ativar os compostos desejados. O importante é repetir o gesto com calma e atenção, prestando atenção aos aromas que surgem e às sensações que eles despertam. Assim, girar a taça deixa de ser um simples ritual para se tornar parte essencial do prazer de degustar um bom vinho.
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