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Na imagem acima, o ator Sergio Castellitto como o cardeal Tedesco no filme "Conclave" | Divulgação, Prime
Pouco antes de falecer, o Papa Francisco deixou uma marca econômica duradoura. Em meio a um cenário de déficit crescente no Vaticano, ele implementou reformas que impactaram diretamente os salários dos cardeais da Cúria Romana.
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Decretada em novembro de 2024, a redução salarial foi de quase 10% para os 18 cardeais que chefiam os dicastérios do governo central da Igreja. A medida veio acompanhada do corte de benefícios como secretários e despesas operacionais.
As reformas foram resposta a um rombo bilionário nas finanças da Santa Sé. Em 2023, o Vaticano registrou um déficit de mais de 83 milhões de euros, impulsionado por queda de receitas e aumento de custos administrativos.
Francisco, atento à situação, enviou uma carta aos cardeais em setembro de 2024 pedindo contenção de gastos. Sua meta era reduzir despesas estruturais e dar exemplo de responsabilidade fiscal à sociedade.
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Essas mudanças fazem parte de uma estratégia mais ampla iniciada ainda nos primeiros anos de seu pontificado, quando ele já sinalizava a necessidade de moralizar as finanças vaticanas.
Com os cortes definidos, o salário mensal de um cardeal que ocupa cargo executivo no Vaticano ficou em cerca de 5.000 euros, o equivalente a aproximadamente R$ 33 mil, segundo o site francês Capital.
Antes disso, valores exatos não eram amplamente divulgados. Havia apenas estimativas não oficiais, e muitos gastos eram cobertos diretamente pelo orçamento da Cúria, incluindo despesas com secretários pessoais.
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Francisco decidiu interromper essa prática. A ideia era garantir que até mesmo os altos membros da hierarquia católica participassem do esforço de austeridade e transparência.
As decisões de Francisco nem sempre foram bem recebidas dentro da Igreja. Alguns setores mais conservadores viam os cortes como simbólicos demais ou até punitivos para a estrutura da Cúria.
Outros, no entanto, consideraram as medidas essenciais. Para esses, o Papa deu um exemplo ao priorizar uma gestão alinhada aos princípios de humildade e solidariedade cristã.
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“A Igreja deve ser um exemplo de responsabilidade”, defendia Francisco, que entendia que a missão pastoral da instituição não combinava com práticas financeiras excessivas ou opacas.
Desde o início, o Papa argentino demonstrou preocupação com como o Vaticano geria seus recursos. Cortes, auditorias e transparência passaram a fazer parte da rotina financeira da Santa Sé.
As reformas econômicas de Francisco foram um divisor de águas. Além de conter o déficit, mostraram ao mundo que a Igreja está disposta a rever privilégios em nome de sua missão evangélica.
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Mesmo após sua morte, essas medidas devem seguir impactando a estrutura do Vaticano, estabelecendo um novo padrão de responsabilidade para futuras lideranças eclesiásticas.
O legado de Francisco vai além das palavras e discursos. Suas decisões práticas, como os cortes salariais, são reflexos de uma gestão que tentou conciliar fé e coerência administrativa.
Em tempos de crise econômica global, a decisão do Papa de ajustar os próprios gastos da Igreja envia uma mensagem poderosa: até mesmo o Vaticano precisa dar exemplo de austeridade.
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Com isso, o salário dos cardeais deixou de ser um mistério e passou a ser parte de uma nova fase da Igreja, mais transparente, mais ética e mais próxima das realidades do mundo atual.
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