Sinal de rádio vindo de outro planeta acende esperança de encontrar vida fora da Terra

Uma emissão de rádio estável e repetitiva foi detectada vindo de um planeta fora do sistema solar, aumentando a expectativa de que ele possa ser habitável.

Esse tipo de sinal é importante porque indica que o planeta pode ter um campo magnético próprio, fundamental para proteger a vida contra radiações e partículas nocivas do espaço.

Para que serve um campo magnético?

Na Terra, o campo magnético funciona como uma espécie de escudo que bloqueia partículas carregadas e plasma que o Sol lança contra a atmosfera.

A presença desse campo é essencial para que formas de vida possam existir, e a detecção desse tipo de sinal em outros planetas pode indicar que eles têm essa proteção natural.

Até então, os cientistas encontravam dificuldades para confirmar se planetas rochosos que estão a muitos anos-luz tinham mesmo campos magnéticos, dificultando assim a avaliação do potencial desses corpos celestes para abrigar vida. Essa descoberta traz uma nova esperança para essa investigação.

Descobertas da ciência

Um planeta rochoso chamado YZ Ceti b, localizado a cerca de 12 anos-luz da Terra, chamou a atenção de cientistas após emitir um sinal de rádio incomum.

Esse sinal provavelmente vem da interação entre o planeta e sua estrela, sugerindo que YZ Ceti b possui um campo magnético.

Esse tipo de interação lembra o fenômeno da aurora boreal na Terra, quando partículas solares colidem com o campo magnético do nosso planeta. No caso de YZ Ceti b, a "aurora" estaria acontecendo na própria estrela, como explicou o astrofísico Sebastian Pineda, da Universidade do Colorado.

O fato de o planeta estar tão próximo de sua estrela torna esse sistema ideal para estudar a presença de campos magnéticos em planetas fora do sistema solar. Isso é importante porque esses campos funcionam como escudos protetores, o que pode ser essencial para a existência de vida.

O estudo também destaca que a técnica usada para identificar o campo magnético em YZ Ceti b pode ser aplicada na busca por outros planetas semelhantes, ampliando as chances de encontrar ambientes habitáveis fora do nosso sistema solar.

Os resultados dessa pesquisa foram divulgados em um artigo publicado na revista Nature Astronomy, que traz novas perspectivas para a exploração e estudo de planetas fora do nosso sistema solar.