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Traição não se resume a sexo, diz especialista | Freepik
A traição nos relacionamentos é um tema que volta e meia ocupa os holofotes. Um exemplo recente ocorreu no Rio Grande do Sul, onde uma mulher revelou durante o chá revelação do casal que seu parceiro tinha outra família e que a amante também esperava um bebê.
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O vídeo viralizou, e o caso expôs não apenas a dor da descoberta pública, mas também o uso emocional do relacionamento para sustentar mentiras, segundo divulgou o portal G1.
A psicóloga Ana Streit, em entrevista ao jornal CNN Brasil, explica que existem diversas formas de traição. Entre elas, o envolvimento emocional com outra pessoa, o chamado “comprometimento condicional” (estar com alguém até aparecer alguém melhor).
Casos com mentiras e omissões, atitudes egoístas e até promessas feitas sem intenção de serem cumpridas são comportamentos que minam a confiança, pilar de qualquer relação saudável.
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Muitas vezes, o fim de um relacionamento também revela algo mais grave: o estelionato emocional. Essa forma de violência psicológica é baseada em manipulação, mentiras e falsas promessas, podendo até envolver vantagem financeira.
A psicóloga alerta que esse tipo de traição usa aspectos saudáveis do outro, como a confiança, para enganar. Além disso, o impacto emocional de uma traição varia de acordo com sua complexidade.
Um caso que envolve anos de mentiras, por exemplo, tende a machucar mais profundamente. O perdão pode até acontecer, mas isso não significa que a relação será reconstruída.
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Segundo Ana Streit, esse tipo de abuso pode gerar o que se chama de “ferida de apego”, uma marca emocional que afeta a forma como a pessoa se relaciona futuramente. A especialista lembra que, em certos casos, essas práticas podem ser enquadradas na Lei Maria da Penha, por configurarem violência psicológica e moral.
Conforme explica a especialista, além da traição sexual, existem outros tipos, como:
Apesar das mudanças sociais, os dados ainda mostram um desequilíbrio: segundo a pesquisa “Radiografia da Infidelidade no Brasil”, apresentada no jornal CNN Brasil, 91% dos homens entrevistados admitiram já terem traído, contra 88% das mulheres.
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Para Ana Streit, esse cenário está ligado ao patriarcado. O machismo estrutural reforça a ideia de que o homem tem mais “direito” de trair, enquanto a mulher seria mais propensa a perdoar.
A desigualdade de gênero, portanto, ainda dita a dinâmica de muitos relacionamentos. Casos como o da cantora Preta Gil e do ex-marido Rodrigo Godoy ilustram o impacto público e emocional dessas situações.
O ex-parceiro foi acusado de infidelidade durante o período em que Preta enfrentava um tratamento contra o câncer, o que gerou uma onda de apoio à artista e críticas a ele. Mais uma vez, a traição aparece não só como quebra de confiança, mas como evidência de desequilíbrio na relação.
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A traição, como mostram os casos do Rio Grande do Sul, de Preta Gil e tantas pessoas anônimas, não é simples. Vai além do ato físico, envolve questões emocionais, culturais e até legais.
Reconhecer os diferentes tipos de traição e os impactos que causam é o primeiro passo para construir relações mais conscientes, com mais empatia, diálogo e, acima de tudo, respeito mútuo.
"Se seguirmos a mesma lógica da resposta, quem tende a perdoar mais é a mulher. O machismo está infiltrado na nossa sociedade em diferentes camadas e influencia os relacionamentos mais do que nossos olhos conseguem ver.”- diz a psicóloga.
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Porém, ela reforça: “ É importante não generalizar, mas abrirmos um espaço para refletir sobre o comprometimento nos relacionamentos e para a equidade de gêneros, onde empatia e reciprocidade falam mais alto do que nossas raízes machistas e patriarcais."
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