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Descubra as histórias e lendas sombrias do Edifício Martinelli

Entre curiosidades, lendas urbanas e histórias assombradas, o edifício mais famoso do centro de São Paulo renasce como atração turística

Raphael Miras

23/09/2025 às 19:50

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A arquitetura do Martinelli é marcada pelo estilo eclético e por detalhes que revelam a ligação do empresário com o mar.

A arquitetura do Martinelli é marcada pelo estilo eclético e por detalhes que revelam a ligação do empresário com o mar. | Wikimedia Commons

O Edifício Martinelli é um dos maiores símbolos arquitetônicos de São Paulo. Além de ser o primeiro arranha-céu da América Latina, com 105 metros de altura, o prédio é testemunha silenciosa da transformação da maior metrópole do Brasil.

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Iniciada em 1924, a sua construção foi idealizada pelo empresário italiano Giuseppe Martinelli, que despertou espanto, admiração e até medo entre os paulistanos da época. 

Originalmente projetado para ter apenas 12 andares, a obra foi concluída com 30. Durante sua fase áurea, o Martinelli abrigou hotéis, cinemas, boates e lojas.

Diante da desconfiança popular sobre a segurança da construção, o próprio Martinelli ergueu uma mansão no topo e foi morar nela, em um gesto simbólico para provar a solidez do projeto.

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Detalhes únicos e curiosidades

A arquitetura do Martinelli é marcada pelo estilo eclético e por detalhes que revelam a ligação do empresário com o mar. No 25º andar, por exemplo, algumas janelas foram substituídas por escotilhas de navio, em homenagem ao setor que lhe rendeu fortuna.

Outro detalhe curioso é a tonalidade rosada do prédio: o cimento usado na construção foi misturado com sangue de boi, técnica comum na época para dar resistência e cor às paredes. Além disso, a cantaria com leões simboliza a era de ouro do café em São Paulo.

Lendas urbanas e histórias sombrias

Com a Segunda Guerra Mundial, Giuseppe Martinelli enfrentou problemas financeiros. O governo brasileiro confiscou seus bens, levando-o à falência. Abandonado por décadas, o edifício foi transformado em cortiço, marcado por degradação e ocupações irregulares.

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Esse período sombrio alimentou a fama de “mal-assombrado”. O prédio foi palco de crimes de grande repercussão, como o assassinato de Davilson Gelisek, de 14 anos, em 1947, e a morte de Neide, de 17, em 1965, após um baile.

Casos como esses reforçaram a aura de mistério que até hoje permeia o imaginário popular sobre o Martinelli.

A revitalização e o futuro do ícone paulistano

A guinada veio em 1975, quando a prefeitura desapropriou o edifício e iniciou um processo de revitalização. Entre 1975 e 1979, o Martinelli foi remodelado para receber repartições públicas, e na década de 1980 suas fachadas foram tombadas, garantindo a preservação do estilo original.

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Mais recentemente, o prédio entrou em uma nova fase de modernização. O Terraço Martinelli foi concedido ao Grupo Tokyo, responsável por festas e eventos no topo, que agora também investe em restauração, segurança e acessibilidade.

O projeto prevê transformar parte do edifício em um centro cultural, gastronômico e de lazer. Até o fim de 2024, os andares 25º ao 28º, além de um espaço no térreo, deverão ser abertos ao público, incluindo um mirante com vista privilegiada do centro histórico de São Paulo.

Assim, o Martinelli não apenas celebra seus 100 anos como arranha-céu pioneiro, mas também renasce como símbolo de memória, modernidade e cultura na capital paulista.

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