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Em 1988, um fato chamou a atenção da política brasileira: o chimpanzé Tião foi candidato à prefeitura do Rio de Janeiro | Reprodução/YouTube
Em 1988, um fato chamou a atenção da política brasileira: um famoso chimpanzé foi candidato à prefeitura do Rio de Janeiro. O macaco batizado de Tião caiu no gosto do público e foi o terceiro candidato mais votado, embora sua candidatura não tenha sido validada.
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E o animal possuía até um slogan: "Tudo pela evolução. Para presidente, macaco Tião!".
A candidatura, contudo, não passava de uma brincadeira em forma de protesto pelo momento político vivido no local. A ideia foi promovida revista humorística Casseta Popular e contou com apoio de um deputado. Saiba mais abaixo.
Um dos animais mais queridos e conhecidos do Zoológico do Rio, o chimpanzé Tião já foi "lançado como candidato à prefeitura do Rio de Janeiro", em 1988. A candidatura, porém, por motivos óbvios, nunca foi validada pela justiça.
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A medida foi uma ideia da revista de humor Casseta Popular, do icônico grupo de humor "Casseta e Planeta", que queria evidenciar como estava difícil para decidir entre um bom candidato para a prefeitura à época, além de criticar a política brasileira de modo geral.
Com apoio do deputado Fernando Gabeira (PV), a candidatura foi "lançada" para que o povo pudesse acompanhar, e o retorno foi extremamente positivo.
O chimpanzé recebeu cerca de 400 mil votos e teria ficado em terceiro lugar caso sua candidatura fosse válida.
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Inscrito sob o fictício "Partido Bananista Brasileiro (PBB)", a brincadeira foi criticada pela imprensa e pelos políticos da época, que alegavam que ela poderia gerar um incentivo ao voto nulo.
Como forma de tentar despertar o interesse dos eleitores para as eleições, o jornalista e vereador Sérgio Cabral chegou a lançar um adversário animal para o chimpanzé: o macaco Simão, com o slogan "aquele que gosta de eleição.
Com o voto manual sendo utilizado até então, os eleitores podiam escrever o nome desejado na cédula de votação, o que teria resultado nos quase 400 mil votos para Tião.
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Mesmo com a anulação de todos os votos para o animal feita pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro), o chimpanzé entrou para o Guinness World Records (livro dos recordes) na categoria "Chimpanzé mais votado do mundo".
Em 1955, também como forma de protesto, o jornalista Itaboraí Martins, do “Estadão”, lançou o rinoceronte chamado de Cacareco como candidato a vereador. Ele teria recebido cerca de 100 mil votos.
Nas eleições de 1988, considerando apenas os votos validados, os mais votados foram o advogado Marcello Alencar e o engenheiro Jorge Bittar, com o advogado saindo vencedor no segundo turno.
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Tião foi batizado desta forma como uma homenagem ao padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião.
De início, durante a fase de crescimento, o animal era muito amigável e fazia sucesso especialmente com as crianças que o visitavam. Ele aprendeu a andar ereto e a fazer caretas, conquistando o público.
A partir da década de 1980, porém, passou a ser encarcerado em uma jaula do zoológico, o que tornou o animal menos sociável e mais agressivo. À época, sua prisão foi justificada com a alegação de que se tratava de um animal de "hábitos especiais, estilo e intenções diabólicas que a gente nota pelo jeito de olhar".
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Sendo assim, em uma de suas atitudes de revolta, Tião passou a atirar seus excrementos (fezes) em algumas pessoas que por ali passavam. Um dos atingidos foi o então prefeito do Rio de Janeiro, Júlio Coutinho, que foi o responsável por inaugurar a jaula.
Questionado pelos repórteres da TV Globo sobre o motivo do ataque, o prefeito afirmou que "talvez Tião não tivesse gostado do seu novo lar".
Outro homem a ser atingido pelo animal foi o advogado Marcello Alencar. Ironicamente, ele foi o vencedor das eleições de 1988, vencendo o então adversário, o chimpanzé Tião, além de outros candidatos.
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Em 1996, aos 33 anos, o chimpanzé Tião faleceu de diabetes. Como forma de homenagem, o animal recebeu uma estátua no Jardim Zoológico carioca. Quando sua morte foi confirmada, foi decretado luto oficial na cidade.
A fama do chimpanzé era até internacional, com a notícia da morte dele sendo noticiada na primeira página do jornal Le Monde, um dos principais veículos da França.
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