Cientistas descobrem criatura de 20 braços escondida no mar

Com aparência de extraterrestre, uma criatura marinha com 20 braços longos e finos vive nas águas geladas. O animal foi descoberto em 2023 durante uma expedição das universidades do Oeste da Austrália e do Alabama, EUA. 

Os pesquisadores colheram amostras entre os anos de 2007 e 2018, até que descobriram a estrela-pena-morango (Promachocrinus fragarius), uma parente das estrelas-do-mar e ouriços. 

Anteriormente a esse estudo, acreditava-se que existia apenas uma espécie de estrela-do-mar no continente antártico. Mas, o estudo revelou que existem ao menos oito tipos vivendo nas águas geladas, sendo apenas quatro de conhecimento dos pesquisadores. 

Por que o animal chamou tanta atenção? 

A P. fragius chamou atenção pelo formato inusitado do seu corpo, que parece com a superfície irregular de um morango. Com apenas 20 cm de largura, e uma proporção surpreendente de um braço por centímetro de corpo.

Ela tem uma coloração vermelha-escura e utiliza estruturas chamadas de cirros, que ela usa para rastejar ou se fixar no fundo do mar. Pode até parecer um animal imóvel, mas ela é ágil. 

Em um nado sincronizado, seus braços podem se mover livremente, e ela consegue se alimentar de plânctons e filamentos pegajosos. 

O processo da descoberta

Para chegarem a essa descoberta, foram analisadas diversas amostras retiradas de diferentes partes do oceano, em profundidades entre 100 e 1.000 metros. De acordo com os cientistas, a vasta área da Antártida exige um esforço maior para descobrir espécies. 

A alcunha da espécie como “alienígena” se deu porque algumas pessoas o compararam com a criatura facehugger, do filme Alien, do diretor Ridley Scott. Contudo, no ambiente marinho, seu corpo é comum entre estrelas-pena. 

“Crinóides como esses dominaram os mares primitivos da Terra, mas foram quase totalmente extintos, junto com cerca de 95% de toda a vida no planeta, durante a extinção em massa do período Permiano, há aproximadamente 251 milhões de anos”, declarou um dos pesquisadores ao portal Live Science.