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Você sabia que a formiga-infernal, a mais antiga do mundo, foi encontrada no Brasil?

Fóssil localizado no nordeste brasileiro é importante para entender o surgimento das formigas

José Adryan

23/07/2025 às 21:35  atualizado em 24/07/2025 às 13:49

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Fóssil tem cerca de 113 milhões de anos e pode comprovar local do surgimento das formigas

Fóssil tem cerca de 113 milhões de anos e pode comprovar local do surgimento das formigas | Freepik

Um fóssil descoberto no interior do Nordeste brasileiro revelou um capítulo surpreendente da história dos insetos. Trata-se de uma espécie de formiga-infernal que viveu há cerca de 113 milhões de anos, e que agora é considerada a mais antiga já identificada no planeta.

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Fóssil da formiga-infernal revela traços únicos de uma espécie extinta há 113 milhões de anos
Fóssil da formiga-infernal revela traços únicos de uma espécie extinta há 113 milhões de anos
Descoberta no Nordeste reforça o papel da América do Sul na origem das formigas
Descoberta no Nordeste reforça o papel da América do Sul na origem das formigas
Mandíbulas verticais e ferrão evidenciam estratégia de caça agressiva do inseto pré-histórico (Fotos: Freepik)
Mandíbulas verticais e ferrão evidenciam estratégia de caça agressiva do inseto pré-histórico (Fotos: Freepik)

O achado foi feito na chamada Formação Crato, uma área de rochas sedimentares que abrange os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí. O local já é conhecido por preservar fósseis bem conservados do período Cretáceo (De 144 a 66 milhões de anos).

Uma formiga nada comum

Batizada de Vulcanidris cratensis, a espécie faz parte de um grupo extinto de formigas que se destacavam por sua aparência incomum.

As mandíbulas, por exemplo, não se moviam na horizontal, como nas formigas atuais, mas sim para cima e para baixo, lembrando foices articuladas.

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Além disso, essas formigas contavam com ferrões e estruturas na cabeça que indicam estratégias de caça bastante agressivas.

Por conta dessas características, foram apelidadas de "formigas-infernais". Até agora, só haviam sido encontradas em regiões do hemisfério Norte, como Ásia, Europa e América do Norte.

O fóssil nordestino, no entanto, mostra que sua distribuição geográfica era mais ampla do que se imaginava.

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Outro detalhe curioso: enquanto outros fósseis dessa subfamília foram achados preservados em âmbar, o exemplar brasileiro foi encontrado em rocha calcária, o que torna sua preservação ainda mais rara e valiosa.

Tecnologia a serviço da paleontologia

Para estudar o fóssil com o máximo de detalhes, os cientistas utilizaram uma técnica chamada microtomografia. Esse método permite criar imagens em 3D de estruturas internas sem danificar o material, funcionando como uma espécie de tomografia computadorizada.

Com isso, foi possível analisar características minuciosas da anatomia da formiga, como mandíbulas, antenas e o sistema de musculatura.

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As informações ajudaram os pesquisadores a confirmar que o fóssil realmente pertencia ao grupo das formigas-infernais, e que era mais antigo do que qualquer outro exemplar já encontrado.

Uma nova peça no quebra-cabeça

A descoberta reforça a ideia de que as formigas tiveram origem no supercontinente Gondwana, que reunia as atuais América do Sul, África, Antártida, Índia e Austrália.

Segundo os pesquisadores, o achado preenche uma lacuna importante no registro fóssil desse período, além de mostrar que o Brasil teve um papel relevante na história evolutiva desses insetos.

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A pesquisa foi publicada na revista científica Current Biology e contou com a participação de cientistas brasileiros e franceses. O nome da espécie, Vulcanidris cratensis, faz referência ao deus romano do fogo (Vulcano) e ao local onde foi encontrada, a Formação Crato.

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