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Vulcão adormecido há 700 mil anos pode estar perto de despertar

Elevação de nove centímetros no cume indica acúmulo de magma ou gases no vulcão considerado extinto

Leonardo Sandre

22/10/2025 às 16:40

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O Taftan é o único membro ativo do arco vulcânico continental de Makran

O Taftan é o único membro ativo do arco vulcânico continental de Makran | Wikimedia Commons

Após um período estimado de cerca de 700 mil anos de inatividade, o vulcão Taftan, que se encontra no sudeste do Irã e faz fronteira com o Paquistão, pode estar mais próximo de despertar.

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Pesquisas recentes detectaram que o solo em torno de seu cume (topo), que tem 3.940 metros de altitude, sofreu uma elevação de aproximadamente nove centímetros no período entre julho de 2023 e maio de 2024.

Este inchaço na superfície, capturado por satélites, sugere que há uma agitação ocorrendo sob a crosta terrestre. Tal movimentação pode estar ligada ao acúmulo de magma, vapor ou gases. O estudo, publicado na revista Geophysical Research Letters, intrigou os cientistas.

Alteração no vulcão

Após satélites flagrarem as alterações na zona do vulcão, uma nova análise passou a indicar que o Taftan, antes considerado extinto, passe a ser classificado apenas como adormecido, o que gerou alerta sobre a necessidade de monitoramento intensivo na região.

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"Postulamos que mudanças na permeabilidade do gás na parte rasa do edifício vulcânico e/ou intrusões magmáticas profundas não detectadas podem ter levado ao acúmulo de pressão observado", escreveram os autores do estudo.

O Taftan é o único membro ativo do arco vulcânico continental de Makran, uma cadeia montanhosa formada pelo lento deslizamento da Placa Arábica sob a Placa Eurasiática, embora não existam registros confirmados de erupções.

A região onde o Taftan se ergue apresenta desafios logísticos e geopolíticos, o que dificulta a instalação de sistemas de monitoramento modernos, como as estações de GPS. Portanto, os pesquisadores recorreram a imagens de satélite para observar variações milimétricas na superfície terrestre, utizando a missão Sentinel-1 da Agência Espacial Europeia.

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Embora esteja inativo há 700 mil anos, ele longe de ser o com mais tempo de existência. O vulcão mais antigo do mundo fica no coração do Brasil e tem quase dois bilhões de anos.

Causas e consequências

Os cientistas descartaram causas externas, como chuvas intensas ou terremotos, pois o inchaço detectado no vulcão não teve gatilhos evidentes. Assim, eles passaram a trabalhar com a hipótese de que a elevação do solo possa estar relacionada ao acúmulo de pressão em uma câmara subterrânea.

Eles apontam que essa câmara está localizada a cerca de 500 metros de profundidade sob o vulcão, que historicamente já emitiu fumaça em 1902.

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Segundo Pablo González, vulcanólogo do Instituto de Produtos Naturais e Agrobiologia (IPNA-CSIC), da Espanha, em entrevista ao site Live Science, será necessário que o vulcão se libere de alguma forma no futuro, seja de forma violenta ou mais silenciosa.

Contudo, o especialista afirmou que não motivos para alerta, mas sim para um monitoramento constante e próximo.

"Não há motivo para temer uma erupção iminente, mas o vulcão deve ser monitorado mais de perto", explicou.

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Passos futuros

Embora o inchaço possa ser resultado de processos hidrotermais, quando gases e líquidos aquecidos se acumulam em bolsões subterrâneos, os achados revelam que o Taftan demonstra ser mais ativo do que se imaginava antes.

 "Isso destaca a necessidade urgente de criar redes de monitoramento, atualizar mapas de risco e adotar medidas para reduzir os impactos de uma possível atividade futura", concluíram os autores do estudo.

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