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Com Cynthia Erivo e Ariana Grande, Wicked transforma a amizade de Elphaba e Glinda em ponto de partida para falar de preconceito, privilégios e coragem com as crianças | Divulgação/Universal Pictures
À primeira vista, o filme Wicked parece apenas um musical infantil colorido. Porém, bastam alguns minutos para perceber que a trama abre portas para conversas essenciais sobre racismo, desigualdade e poder, apresentadas de forma acessível para as crianças.
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Com músicas envolventes e duas protagonistas marcantes, o filme traduz questões sociais em cenas sensíveis, aproximando pais e filhos de debates que muitas vezes ficam restritos aos adultos.
É justamente nesse contraste entre fantasia e crítica social que Wicked se destaca, transformando reflexões profundas em uma aventura que prende jovens espectadores.
Elphaba nasce com a pele verde e, por isso, é rejeitada pela família e sofre humilhações. A metáfora do racismo aparece quando sua aparência determina a forma como os outros a tratam. A produção reforça que julgamentos pela cor são injustos.
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A escolha de Cynthia Erivo, primeira atriz negra no papel, potencializa essa leitura. Nos Estados Unidos, atrizes brancas interpretaram Elphaba por décadas, e a mudança de elenco ajuda o público a enxergar o peso da discriminação.
Para as crianças, a mensagem chega de maneira clara: diferenças físicas não definem caráter, força ou valor. Em paralelo ao filme, estudos sobre os efeitos do racismo no cérebro e no corpo de crianças mostram como o preconceito afeta a saúde emocional e física desde cedo.
Enquanto Elphaba enfrenta barreiras desde o início, Glinda cresce cercada de afeto e prestígio. Ela representa quem recebe vantagens sem perceber, algo que especialistas associam ao conceito de privilégio.
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Essa desigualdade fica evidente quando ambas chegam à Universidade Shiz. Glinda é celebrada, Elphaba, julgada. A cena mostra que nem todo mundo parte do mesmo lugar, mesmo quando compartilha os mesmos sonhos.
Ao visualizar essa diferença em tela, crianças entendem por que oportunidades não se distribuem de forma igual. É um convite para desenvolver empatia e reconhecer quem precisa de apoio.
O Mágico de Oz, tratado como líder absoluto, usa truques para controlar todos. Pesquisas sobre narrativas políticas afirmam que a obra critica líderes que se mantêm no poder pela manipulação.
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Quando Elphaba descobre que ele não tem poderes, surge a primeira grande quebra de expectativa. A revelação incentiva crianças a questionar autoridades que parecem perfeitas demais.
Glinda prefere ignorar a verdade, pois o sistema a beneficia. Essa dualidade ajuda os pequenos a entender como poder e conveniência se relacionam e por que alguns escolhem não enxergar injustiças.
A música Popular mostra Glinda tentando melhorar Elphaba para que ela se encaixe. A cena retrata pressões que muitas crianças vivem, mudar quem são para serem aceitas por colegas mais populares.
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A amizade das duas nasce após uma humilhação, quando Glinda tenta reparar o que causou. No entanto, seu interesse real é garantir vantagem, já que vê em Elphaba a chance de chegar mais perto do Mágico.
Quando percebe a manipulação, Elphaba dá um passo importante: escolher a si mesma. A lição é clara para o público infantil, amizades verdadeiras não cobram mudanças impossíveis.
Ao descobrir que o Mágico sustenta um sistema opressor, Elphaba decide rompê-lo, mesmo correndo riscos. Já Glinda permanece no conforto, ilustrando como classes privilegiadas resistem a perder vantagens.
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Essa divisão traduz de forma lúdica uma leitura comum entre pesquisadores da Broadway, que enxergam na história uma crítica à luta de classes.
A fuga de Elphaba encerra o filme com força simbólica, mostrando que enfrentar injustiças nem sempre garante apoio, mas ainda assim é um caminho possível e necessário para quem busca um mundo mais justo.
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