Adeus, ar-condicionado: novo cimento mantém sua casa fresquinha

Pesquisadores da Universidade Sudeste, na China, desenvolveram um novo tipo de cimento capaz de deixar edifícios – naturalmente – mais frescos, dispensando a necessidade do uso de ar-condicionado. 

Essa descoberta é revolucionária porque o cimento tradicional absorve a radiação solar e retém calor, fazendo com que a temperatura dos prédios aumente. 

Para contornar esse problema, a equipe liderada por Wei She modificou a fórmula do material: incorporou minúsculos cristais refletivos de etringita (mineral hidratado de sulfato de cálcio e alumínio), que permitem que o cimento reflita a luz solar e emita calor em vez de absorvê-lo.

Descobertas do estudo 

Nos testes realizados pelos cientistas realizados no telhado da Universidade Purdue, nos EUA, o material ficou 5,4 °C mais frio que o ar ambiente sob sol intenso. Ele também demonstrou alta durabilidade em análises mecânicas, ambientais e ópticas.

Além disso, com apoio de algoritmos de aprendizado de máquina, os pesquisadores calcularam que o novo cimento poderia alcançar uma pegada de carbono líquida negativa em 70 anos, transformando uma das indústrias mais poluentes do mundo.

“Transformamos de forma inovadora materiais de cimento de absorvedores de calor em refletores de calor”, destacaram os autores.

Se popularizado, o cimento super-resfriado pode reduzir drasticamente o consumo de energia em edifícios, que hoje respondem por cerca de 40% da demanda global, além de criar cidades mais frescas, saudáveis e sustentáveis.