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Um sapato novo pode ser contaminado com 440 mil bactérias | Imagem gerada por IA
Durante a pandemia, muitos brasileiros aderiram ao hábito de tirar os sapatos para entrar em casa e o mantiveram até hoje. Mas para muitos, ainda é estranho trocar de calçado ou ficar descalço ao chegar na sua residência.
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Um estudo da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, descobriu que um sapato novo pode ser contaminado com 440 mil bactérias, em apenas duas semanas de uso, sendo 27% de Escherichia coli (bactérias presentes nas fezes de humanos e de animais).
Benisio Ferreira, doutor em biotecnologia, comenta que nas solas podem vir resíduos de combustíveis, óleos, solventes, graxas e também alérgenos, como pólen.
“Embora o pólen não seja tão significativo, pessoas com alergias respiratórias podem ser afetadas. O maior risco, no entanto, ainda são os microrganismos", ressalta o biomédico ao portal O Globo.
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Emanuel Maltempi, especialista em biologia molecular e microbiologia do solo, ressalta que não usar o mesmo calçado da rua dentro de casa evita levar sujeira para os ambientes internos.
São diversos elementos, como fezes de animais, partículas de solo, material vegetal, poeira, detritos com substâncias tóxicas e outros materiais que ficam retidos nos calçados.
Emanuel comenta que a quantidade de resíduos carregados pelas solas, principalmente aquelas com rachaduras, é muito grande. “Remover o calçado antes de entrar é muito importante para manter o ambiente interno mais limpo e organizado", aponta.
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A Universidade de Houston, nos Estados Unidos, realizou, em 2017, uma outra pesquisa que apontou que quase 40% das amostras de solas continham Clostridium difficile (bactéria que pode causar infecção no intestino).
Essa bactéria causa mal-estar estomacal, diarreia e pode levar à inflamação do cólon, com risco de morte nos casos mais graves. Ela é resistente a muitos produtos de limpeza, dessa forma, aumenta o potencial de contaminação.
As crianças colocam a mão no chão e levam à boca, costumam morder brinquedos, engatinham, o que as aproxima ainda mais do risco de contaminação pelos microrganismos trazidos pelos sapatos.
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O biomédico Benisio Ferreira comenta que as bactérias vindas nos calçados podem causar infecções respiratórias e de garganta em crianças, como amigdalite e laringite. Ele ressalta: “O mesmo vale para pessoas imunossuprimidas, como idosos ou pacientes em tratamento médico.”
É possível diminuir a quantidade de sujeira adotando alguns hábitos pontuais, entre eles, o uso de um tapete higienizante na porta de entrada. Essa opção ajuda quem não tem um espaço do lado de fora para deixar os calçados.
"O ideal é carregá-los até um local específico, como a lavanderia ou despensa, onde você possa fazer a higienização. O tapete higienizante logo na entrada é outra opção para limpar bem as solas e seguir até o local onde os calçados serão retirados definitivamente", explica Benisio.
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A opção do tapete higienizador ou de um capacho simples na porta – ainda que não seja a medida ideal – é uma solução para quem tem dificuldade de aderir ao hábito de tirar sapato.
"O principal cuidado é limpá-lo frequentemente. A higienização pode ser feita com o uso de aspirador de pó. Se for de algodão, ele pode ser lavado com detergente e escova/vassoura", ensina Benisio.
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