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Ciclone em SP: em caso de tempestade, é melhor ficar dentro do carro

A recomendação, baseada no princípio da Gaiola de Faraday, explica por que o interior do veículo é um dos locais mais seguros em descargas elétricas

Pedro Morani

08/11/2025 às 08:45

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Fenômeno que pode atingir a cidade nesse sábado pode ser perigoso

Fenômeno que pode atingir a cidade nesse sábado pode ser perigoso | Freepik

Um carro funciona como uma espécie de escudo protetor durante tempestades com raios ou quando cabos de alta tensão caem sobre a via. Mas essa proteção só funciona se você permanecer dentro do veículo, vidros fechados e sem tocar partes metálicas.

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O responsável por isso é um fenômeno físico conhecido como Gaiola de Faraday, que explica por que a corrente não chega ao interior do veículo
O responsável por isso é um fenômeno físico conhecido como Gaiola de Faraday, que explica por que a corrente não chega ao interior do veículo
Hoje, esse conceito é essencial para entender o que torna o automóvel um abrigo seguro em meio ao caos de uma tempestade (Fotos: Freepik)
Hoje, esse conceito é essencial para entender o que torna o automóvel um abrigo seguro em meio ao caos de uma tempestade (Fotos: Freepik)

O alerta voltou ao centro das atenções após a morte de um homem de 62 anos, em São Paulo, que saiu do carro atingido por um fio energizado. Entenda, na prática, como a física explica por que ficar no interior do veículo é a atitude mais segura.

A 'gaiola' que protege

Ao contrário do que muita gente imagina, não são os pneus de borracha que garantem a segurança dentro de um carro atingido por descargas elétricas. O responsável por isso é um fenômeno físico conhecido como Gaiola de Faraday, que explica por que a corrente não chega ao interior do veículo. 

Esse princípio afirma que, quando uma estrutura metálica é atingida por eletricidade, a carga se distribui pela parte externa, mantendo o espaço interno seguro. Esse efeito ocorre porque o campo elétrico dentro de uma superfície condutora fechada é nulo; a energia circula por fora, sem penetrar no interior. 

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Assim, mesmo que um raio caia sobre o teto ou que um cabo de alta tensão toque o veículo, a corrente tende a percorrer apenas a carcaça externa. Por isso, a principal orientação é simples: fique dentro do carro e evite contato com superfícies metálicas.

A explicação científica desse fenômeno foi descrita pelo físico Michael Faraday em 1836, quando ele montou uma estrutura metálica para demonstrar que o interior permanecia protegido de descargas externas.

Hoje, esse conceito é essencial para entender o que torna o automóvel um abrigo seguro em meio ao caos de uma tempestade.

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Quando o perigo aumenta: sair do carro fecha o “circuito”

A proteção oferecida pelo carro se perde no momento em que a pessoa sai dele. Isso ocorre porque, ao pisar no solo, o corpo se torna parte de um circuito elétrico, já que o chão possui potencial diferente do veículo. É essa diferença que permite a passagem da corrente e, consequentemente, o choque.

O professor Antonio Martins Figueiredo Neto, do Instituto de Física da USP, em entrevista ao G1, explica que a corrente elétrica só circula quando há diferença de potencial, o que ocorre justamente quando o corpo entra em contato com o solo. 

Dentro do carro, essa diferença é anulada; fora dele, o risco é imediato. Foi exatamente o que aconteceu no caso em São Paulo: ao deixar o veículo, o homem estabeleceu o caminho para a descarga.

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Além disso, condições ambientais podem tornar a situação ainda mais perigosa. Em casos de enchentes ou grandes poças, a água pode conter sais e impurezas, aumentando a condução elétrica.

Assim, mesmo dentro do carro, tocar partes metálicas pode ser arriscado se houver contato dos pneus com água altamente condutiva.

O que fazer em caso de fios caídos ou tempestades com raios

Em qualquer situação envolvendo cabos de energia rompidos, a recomendação universal é clara: permaneça dentro do veículo e acione imediatamente o socorro. Vidros fechados, mãos longe das partes metálicas e atenção total ao ambiente são medidas fundamentais até a chegada de equipes especializadas.

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Se o carro estiver energizado, sair dele representa risco extremo. Caso precise descer em situações muito específicas, como incêndio, especialistas recomendam uma manobra segura: pular com os dois pés juntos e afastar-se com pequenos saltos, sem tocar o chão e o carro ao mesmo tempo.

Isso evita a circulação de corrente pelo corpo, mas só deve ser feito em último caso.

Já em tempestades sem fios rompidos, a regra permanece: continue dentro do carro até a chuva intensa e os raios cessarem. O interior do veículo é considerado um dos lugares mais seguros, protegendo você enquanto a eletricidade se dissipa externamente.

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