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Embora muito utilizados, esses testes apresentam falhas | Imagem gerada por IA
Nas entrevistas de emprego, há momentos em que o candidato precisa lidar com situações inesperadas que vão além das perguntas comuns. Oferecer um copo d’água ou disponibilizar uma cadeira instável são exemplos de atitudes usadas para observar reações e traços de personalidade.
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Apesar de parecerem gestos simples, esses testes levantam dúvidas sobre a eficácia e até sobre a ética de avaliar alguém por meio de situações tão sutis.
Segundo o portal IGN Brasil, práticas como essas têm se tornado cada vez mais comuns em processos seletivos e são usadas para analisar como os candidatos se comportam diante de desafios inesperados.
Com o mercado de trabalho competitivo, preparar-se para uma entrevista não significa apenas ter boas respostas.
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É preciso estar atento ao ambiente, às expressões e até às pequenas armadilhas que podem surgir. Reagir com calma e naturalidade é tão importante quanto demonstrar conhecimento técnico.
Entender o que essas situações representam ajuda a evitar interpretações equivocadas por parte do recrutador.
Em algumas entrevistas, o candidato é convidado a aceitar um copo d’água, e a reação a esse gesto é usada como forma de análise.
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A interpretação por trás disso é que aceitar o copo demonstra simpatia e receptividade, enquanto recusar pode indicar desconfiança ou resistência. A intenção do recrutador é perceber como a pessoa lida com um simples ato de gentileza.
Porém, esse tipo de teste é bastante questionável. Recusar o copo pode ser apenas um sinal de nervosismo ou cuidado com higiene, e não falta de empatia.
Da mesma forma, aceitar a bebida não garante que o profissional será colaborativo ou flexível. Essas interpretações simplistas acabam ignorando o contexto e as particularidades de cada pessoa, o que torna o método pouco confiável.
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Outro exemplo curioso é o da cadeira instável colocada de propósito para observar o comportamento do candidato.
Se ele troca de cadeira, reclama ou permanece sentado, o avaliador tenta interpretar essas atitudes como sinais de proatividade ou acomodação. A intenção é entender se o candidato toma iniciativa ou se adapta ao desconforto sem se queixar.
Mas, assim como o teste do copo d’água, essa técnica é limitada. Permanecer na cadeira pode ser apenas uma tentativa de manter a concentração na entrevista, e não falta de atitude.
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Já trocar de assento pode demonstrar desconforto e não necessariamente coragem. Julgar um profissional com base em situações tão artificiais é arriscado e pode levar a conclusões injustas.
Essas abordagens se apoiam em uma visão simplificada do comportamento humano. Acreditar que um gesto isolado pode revelar a personalidade ou o potencial de alguém é um erro comum.
Além disso, criar uma situação desconfortável em um momento de pressão pode deixar o candidato ainda mais nervoso, o que não contribui para uma avaliação justa.
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É importante lembrar que entrevistas bem conduzidas devem focar em competências reais. Métodos estruturados, dinâmicas de grupo e perguntas baseadas em experiências anteriores são ferramentas mais eficazes para entender o perfil de um candidato.
Reações a situações forçadas dificilmente mostram como a pessoa agirá em um ambiente de trabalho real.
O papel do recrutador é criar um ambiente de confiança, onde o candidato possa se expressar com autenticidade. Testes como o da água ou da cadeira manca acabam transmitindo a ideia de desconfiança e não ajudam a identificar talentos.
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Mais do que “armadilhas”, o que uma boa entrevista precisa é de diálogo transparente e respeito mútuo.
As empresas que valorizam processos seletivos éticos e objetivos têm mais chances de encontrar profissionais alinhados aos seus valores.
Avaliar de forma justa é investir em uma cultura organizacional saudável, onde tanto o candidato quanto o recrutador saem da entrevista com uma boa impressão e a sensação de que o processo foi realmente humano.
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